sábado, 13 de novembro de 2021

Por Que Me Identifico Tanto Com o Cinema de Roman Polanski

 

1- Por Que Me Identifico Tanto Com o Cinema de Roman Polanski

Para o conteúdo pretendido vários spoilers serão dados, até mesmo fortes. 




Já há algum tempo queria fazer uma postagem extensiva sobre a obra de Polanski. Mas como tenho praticamente todos os seus filmes em DVD queria antes revê-los e assistir um ou outro que nunca vi como “What?” (1972). Mas e o tempo para isto? Quando ficaria pronta esta varredura para escrever?  Assim seguindo um adágio meu (“Está certo, a pressa é inimiga da perfeição, mas a perfeição é inimiga da realização...”), resolvi trabalhar com texto já escrito no meu blog anterior e ampliações feitas ao sabor da memória e de alguma pesquisa de detalhes. Como seus filmes me marcaram muito, trabalhar com a memória é um excelente recurso.  

O texto segue uma certa cronologia dos filmes feitos, mas também me permito a quebras deste padrão para melhores paralelismos.  


A estreia de “O Escritor Fantasma” (2010) de Roman Polanski, que deu a ele o prêmio de Melhor Diretor no Festival de Berlim, suscitou a eclosão de velhos fantasmas em mim. O cineasta de que mais gosto, o mais admirado e amado é Ingmar Bergman. Outros tantos podem ser lembrados. Mas o francês-polaco que passou a infância no gueto de Cracóvia, dentre outras célebres vicissitudes na trajetória de vida, exerce enorme fascínio em mim. Polanski pode ser resumido como um inventariante das maldades e perversidades humanas. 







“O Processo” (1962) de Orson Welles é extraordinário, mas num conjunto de obra quem mais emulou as inquietações de Kafka no Cinema, que eu conheça, foi Polanski. Não é à toa que participou de uma montagem de “A Metamorfose” em Paris como ator compondo o Gregor Samsa, que acorda de uma noite de sonhos intranquilos transformado numa espécie de inseto monstruoso e acaba dentre outras maldades e incompreensões, recebendo maçãs podres na cara jogadas até por membros da família.



A condição do homossexual no Brasil e em boa parte do planeta é tremendamente kafkiana. Em “Carta ao Pai” Kafka narra que via a vida como um mapa-múndi enorme onde o pai se deitava. Os espaços vazios era aonde podia movimentar-se. Este sentimento também sempre me acompanhou e por pai aí se pode entender ao pé da letra ou a sociedade ou então o estado.

Nascer homossexual é estar num mundo que não foi feito para nós, é estar sendo alvo de um processo contínuo cuja responsabilidade desconhecemos, é acordar transformado num inseto monstruoso, é tentar atingir um castelo inacessível, é estar dentro de um buraco e ter medo de sair e outras reminiscências de textos kafkianos. 

Em “A Faca na Água” (1962) temos um triângulo amoroso perpassado por um clima constante de violência no ar e homoerotismo velado, por mais calma que se aparente. O estranho acolhido no barco meche com a libido e os ciúmes do casal, mostrando como é frágil a relação burguesa estabelecida. E a faca representa um símbolo fálico, tanto como um instrumento ameaçador, desestabilizador. 




Em 1967 Polanski realizou uma comédia (de terror) das mais saborosas da História do Cinema, no Brasil: “A Dança dos Vampiros” . O requinte já começa nos letreiros onde depois de rugir sai sangue dos olhos do leão da Metro e vai caindo salpicando os letreiros. Um filme de vampiros bem realizado, mesmo dentro de uma chave de humor negro, é ocasião para vários momentos de medo e paranoia, uma das constantes com que Polanski gosta de trabalhar.

 

(A trama é ambientada na Transilvânia onde Professor Abronsius ( Jack MacGowran) e seu aprendiz Alfred (Polański) estão à caça de vampiros. Abronsius é desajeitado e pouco ambientado ao frio local, Alfred é apagado e introvertido. Os dois hospedam-se em uma pequena estalagem e Alfred encanta-se por Sarah (Sharon Tate), filha do estalajadeiro Yoineh Shagal (Alfie Bass). 


Após assistir ao rapto de Sarah pelo vampiro Conde von Krolock (Ferdy Mayne), o professor e Alfred vão a seu resgate no castelo do conde. O filme se desenvolve com passagens hilárias e culmina com um baile de gala para centenas de vampiros.

No filme são estereotipados alguns vampiros muito peculiares, como Herbert von Krolock (Iain Quarrier), vampiro homossexual filho do conde, e Yoineh Shagal, vampiro judeu sobre quem a cruz, tradicional aliada dos caça-vampiros, não faz nenhum efeito.) Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/The_Fearless_Vampire_Killers 

Mesmo com ar de comédia o rapto de Sarah na banheira pelo alto é assustador e belissimamente executado. Temos aqui o chamado belo horrível. O desfecho pode ser veneno de bilheteria, mas Polanski é fiel à sua arte. Simplesmente Professor Abronsius e Alfred voltam de sua empreitada de “destemidos caça-vampiros” transformados em ... vampiros. Humor negro fino polanskiano. 




Em “O Bebê de Rosemary” (1968) a protagonista acredita estar sendo alvo de pactos demoníacos que garantiram ao marido um emprego de ator  desejado, depois de sofrer pelo desemprego. Ao final em aberto embala sua criança no berço que pode ser o Anticristo gerado num novo Ano Zero. Ficamos sempre no terreno das ambiguidades, das imaginações de uma sexualidade reprimida pela religiosidade de Rosemary ou então de fato temos um complô diabólico da vizinhança que lhe receita chás especiais ostensivamente durante a gravidez. 


Ao contrário do que acredita o psicanalista Waldemar Zusman em “Os Filmes Que Vi Com Freud” (Editora Imago) nem tudo pode ser gerado pela mente frágil e histérica de Rosemary. Polanski, perverso no bom sentido, nos joga no terreno das sugestões e aparências sutis em que o mistério ecoa em nossas mentes no final ao som de uma canção de ninar, abandonando aos poucos o sinistro edifício Dakota, onde anos depois seria assassinado John Lennon. Temos um travelling arrière belíssimo, abandonando a mãe que acalenta o filho, assumindo-o, seja de que forma tenha surgido. O grande equívoco de Zusman foi freudiana e ortodoxamente não acreditar em satanismo. Tem todo direito. Mas assim como existem filmes de zumbis em que temos de entrar nesta lógica, “O Bebê de Rosemary” exige e reivindica para si uma lógica parecida. São exclusividades dos sortilégios da arte, das premissas e da suspensão da descrença. 


Em “O Exorcista” (1973) de William Friedkin se não comprarmos a premissa de que exorcismos podem acontecer é melhor nem tentar ver o filme. Logo de início o Padre Merrin (interpretado magnificamente por Max Von Sydow, tão excepcional em filmes de Bergman, como de outros cineastas) já nos é apresentado como um famoso exorcista. Como contraponto temos o Padre Damien Karras (Jason Miller) que será seu auxiliar, mas está em forte crise religiosa. 

Só para ficarmos num outro exemplo. “Carrie, a Estranha” (1976) obra-prima do terror e suspense de Brian De Palma (esqueçam a refilmagem, pois aqui contamos, além da mão de um grande diretor, com as fantásticas Sissy Spacek e Piper Laurie, além de excelentes coadjuvantes) só pode ser realmente fruído por quem assume a premissa de que a capacidade de Carrie de mover objetos e pessoas pode atingir grande intensidade e alcance. 





Em “O Inquilino” (1976) um polonês, Trelkovski, vivido magnificamente pelo próprio Polanski aluga um apartamento em Paris onde a antiga inquilina Simone Choule tentou o suicídio e está toda enfaixada como uma múmia no hospital. Aos poucos ele vai descobrindo signos egípcios na parede, vê pela janela uma mulher cobrindo o corpo com uma múmia,  chega a colocar uma peruca e vestido para passear nas ruas e cai numa espiral de paranoias culminando com um grand finale felliniano, num clima de festa, onde vê os moradores do prédio efusivos em suas janelas , inclusive crianças, incentivando-o a se jogar. Claro que muito mais acontece, até um dos desfechos de filme mais atordoantes da História do Cinema. Não tem a poesia de “O Bebê de Rosemary”, mas é ainda mais assustador. 


Aqui também estamos no terreno das ambiguidades onde realidade e alucinação se confundem e não sabemos ao certo estabelecer uma linha divisória. Tudo pode ser um complô xenófobo dos moradores, dos vendedores (que insistem que ele fume cigarros preferidos pela antiga moradora, suicida), como delírio paranoico do protagonista. Mais um final em aberto.





Em “Repulsa ao Sexo” (1965), que junto aos outros dois compõe a Trilogia do Apartamento do diretor, fica claro o distúrbio psicológico da protagonista (Catherine Deneuve, num dos seus melhores papéis), que acaba matando homens que a desejam ou fantasiando que os mata. Já em “O Bebê...“ e “O Inquilino”, filmes irmãos, reina as trapaças e sortilégios das ambiguidades, sobre a personalidade dos protagonistas. 





Em “Armadilha do Destino” (1966/Cul de Sac/Beco Sem Saída) (com pontos de contato com “Violência Gratuita” (1997/2007- versão em inglês) de Michael Haneke),os moradores de uma casa no campo são progressivamente agredidos por estranhos que chegam, sem nenhuma razão aparente. A um morador resta ao fim do filme sentar numa pedra sobre as águas e colocar as mãos na cabeça para entender o que pode ter acontecido, o que fazer do resto da vida.





“Chinatown” (1974), considerado um melhores roteiros da História do Cinema (de Robert Towne ), só é uma obra-prima a não se perder mais de vista na História do Cinema, porque contou com a direção primorosa de Polanski e performances extraordinárias de Jack Nicholson, Faye Dunaway e John Huston. 

(Los Angeles, 1937. O detetive particular J.J. Gittes (Jack Nicholson) recebe a visita de uma mulher que acredita que seu marido, engenheiro-chefe do Departamento de Águas e Energia, tem uma amante. Gittes logo descobre que a mulher era uma farsante e encontra a verdadeira Evelyn Mulwray (Faye Dunaway), filha de Noah Cross (John Huston), um dos homens mais poderosos da cidade. O engenheiro aparece morto e Gittes, envolvido com Evelyn, se vê no meio de um perigoso jogo de poder, com muitos segredos e mistérios.) – Fonte: https://www.adorocinema.com/filmes/filme-2604/ 

Polanski numa ponta inesquecível faz o assecla que corta o nariz de J.J. Gittes para que ele não se meta mais nas investigações sobre o que está por trás de tudo. Gittes passa a usar então um enorme curativo com esparadrapo até o fim do filme. 

Isto está de acordo com as noções de violência no Cinema assumidas por Polanski. Para ele é imoral, amoral, antiético, não mostrar realisticamente as consequências de atos de violência. Não por acaso seu “Macbeth”, com tantas versões para o Cinema, pelo que eu tenha visto, é o único que nos mostra a cabeça decepada deste rolando, depois de vencido e vingado.  

O clima de paranoia que se instala em “Chinatown” é asfixiante. Por tudo que passou é perfeitamente verossímil que J.J. Gittes não confiando mais em Evelyn quer saber quem é Noah Cross em sua vida. Assim há uma profusão de bofetadas em que ora ela diz que ele é seu pai, ora marido, até que por fim, ela conta a verdade: é seu pai e amante, havendo incesto em jogo e a filha que tem é filha do pai também. 

Há um acidente de carro provocado, criminoso onde morrem mãe e filha. J.J. Gittes está acompanhado de um colega e aí temos um dos mais desconcertantes e paranoicos finais da História do Cinema: Gittes quer escarafunchar mais as causas dos acontecimentos funestos. O colega o detém e diz a frase célebre que é o fecho do filme: “Isto é Chinatown”.

Com tudo o que acontece no Brasil e no estado e cidade do Rio de Janeiro (onde moro hoje), me dá vontade de não acompanhar nada mais na política com o espírito: “Isto é Brasil”, “Isto é Rio de Janeiro”...  Mas cadê que eu consigo? Mas confesso que ando me embriagando muito mais com arte do que com política. Já conto com 67 anos. Eu mereço. 




 

Em “A Morte e a Donzela” (1994) uma mulher ( Sigourney Weaver) que foi torturada acredita ter encontrado o seu torturador ( Ben Kingsley ) e conseguindo prendê-lo passa a torturá-lo, vingando-se, a despeito das hesitações do marido que trabalha com Direitos Humanos. O que é realidade ou imaginação? Abstraindo-se da violência em jogo, terá sido feito mesmo justiça?

Torturada e suposto torturador trocarão olhares ao final num teatro. E nós espectadores ficamos com uma pulga atrás da orelha. 




Em “Tess” (1979) a protagonista vivida com muita emoção por uma Natasha Kinski belíssima é muito mais vítima do universo ao seu redor e suas trapaças sociais, incluindo as familiares, do que das decisões que toma pelo seu livre arbítrio. De uma vida que poderia ser feliz (ou melhor, com muitos momentos de felicidade), a vemos caminhar inexoravelmente rumo à ruína.  





Em “O Pianista” (2002) um músico judeu perde toda sua família nos campos de concentração nazista e passa a ter como único objetivo sobreviver solitariamente entre os escombros e prédios erodidos e insalubres, comendo até batatas deterioradas. É o seu heroísmo possível: sobreviver a este Inferno na Terra. 

O encontro com um oficial nazista que se encanta com a forma como ele toca Chopin acaba salvando-o. Aqui temos um filme também grandioso, o mais próximo da biografia do diretor ainda que tenha sido baseado no relato de vida do pianista Vladislau Spilman, onde não há a menor espécie de maniqueísmo. Temos judeus com as mais variadas posturas e até mesmo nazista que se deixa sensibilizar pela música. 

A sombra de Franz Kafka também passa pelo protagonista magnificamente interpretado por Adrien Brody (Oscar de Melhor Ator pelo papel ), tendo o filme recebido também para Polanski o Oscar de Melhor Diretor. A força do filme é tal que no júri em Cannes presidido por David Linch (cineasta das estranhezas, das narrativas de modo geral tortuosas e afins) acabou “O Pianista” (de figurino clássico) ganhando a Palma de Ouro. 

Assisti “O Pianista” pela primeira vez num Festival Internacional de Cinema do Rio, no Cine Odeon lotadíssimo. Polanski compareceu, subiu o palco e disse certeira, forte e simplesmente: “Tudo o que vocês vão ver, realmente aconteceu”. Pronto. Não precisava dizer mais nada. 

Durante anos, apesar dos pedidos, Polanski se recusou a contar sua própria história com o nazismo. Mas quando o prestigiado pianista  Szpilman  morreu deixando suas memórias ( The Pianist: The Extraordinary True Story of One Man's Survival in Warsaw, 1939-1945 ), Polanski viu neste material uma ótima oportunidade de fazer sua visão do nazismo, inspirado por este livro. Assim podemos dizer que “O Pianista” tem toques autobiográficos, mas não é autobiográfico. 







O menino protagonista de “Oliver Twist” (2005) é jogado no mundo e tem de sobreviver junto a um gigolô de prostitutas e crianças/adolescentes trapaceiros. O grande desafio de Oliver é não perder a humanidade num meio social corrompido até a medula e isto de fato acontece, pois acaba compadecendo-se do velho judeus Fagin condenado à morte.

Polanski, pela sua trajetória de infância, com a mãe morta pelos nazistas, o pai ficando preso por alguns anos, ele preso no campo de Cracóvia, saindo de lá e tendo de mendigar, se esconder, criar álibis falsos, tudo  para sobreviver, até se juntar novamente ao pai ao fim da guerra, é fácil entender o porquê de ter sido atraído pela saga de Oliver Twist, querendo dar sua versão, ainda que já tivéssemos um clássico inglês de David Lean nesta adaptação. 

Para quem quiser mais detalhes:

(À medida que a guerra avançava, a Polónia ficava cada vez mais devastada. Nestas condições, árduas, Polański sobreviveu ao gueto de Cracóvia e, depois de viver como um mendigo na rua, conseguiu escapar aos nazis, vagueando pelos campos da Polónia, escondendo-se em celeiros e nas florestas, alimentando-se do que encontrava ou roubava, fingindo também ser um garoto católico a visitar os seus parentes, primeiro na família Wilk, em Cracóvia, e em seguida, nos Putek e na família Buchala, na aldeia de Wysoka, de julho de 1943 até à libertação pelo exército soviético, em janeiro de 1945, conforme relatado nas suas memórias. Embora tenha conseguido sobreviver, foi muito maltratado, sofrendo um espancamento quase fatal, que lhe provocou um traumatismo craniano grave.) – Fonte https://pt.wikipedia.org/wiki/Roman_Polanski 






Já “O Escritor Fantasma” (montado na prisão domiciliar onde Polanski  ficou meses na Suíça, aguardando uma decisão (kafkiana) de ser deportado ou não para os EUA, onde é acusado de crime de pedofilia em 1978) é o filme mais nitidamente político de Polanski até então ( o mais é o recente “O Oficial e o Espião” (2019), Grande Prêmio do Júri no Festival de Veneza e César de Melhor Diretor). “O Escritor...” não deixa de ter seus paralelos com os filmes citados. 


Um escritor desempregado (Ewan McGregor, excelente), aceita ser ghost-writer de um ex-primeiro ministro inglês para escrever suas memórias, que vive numa ilha nos EUA e é acusado de ter facilitado torturas no que chamam de guerra ao terror. O escritor se diz capaz de fazer o trabalho como se fosse o coração dele. O anterior ghost-writer foi encontrado morto no mar. O escritor fantasma (sem nome) vai mergulhando cada vez mais nos calhamaços deixados e na realidade que o circunda, caindo numa roda-viva de mistérios onde diálogos econômicos e cortantes levam a história para um desfecho impactante, com um antológico efeito de extracampo. Com as armas da ficção que remetem a acontecimentos reais (impossível não lembrarmos de Tony Blair, parceiro de Bush filho no ataque ao Iraque onde não se encontraram armas perigosas) Polanski de certa forma se vinga do país do qual evadiu-se, o mostrando em que ele se transformou.

O desfecho de “O Escritor Fantasma” é puro Polanski. O escritor se dirige à rua com material escrito e não sabemos se foi atropelado ou foi um atentado. Simplesmente vemos somente os papéis voando. 





Um dos filmes em que Polanski trabalhou como ator é “Uma Simples Formalidade” (1994) de Giuseppe Tornatori (de “Cinema Paradiso”-1988),  onde faz um inspetor de polícia que interroga ostensivamente um homem ( Gerard Depardie), com outros na sala de espera na mesma situação. É uma obra que poderia ter sido dirigida por Polanski, pois guarda forte identidade com os labirintos existenciais tão caro ao cineasta. 

Simplesmente estamos no Inferno dos suicidas. O lugar para onde estes vão com seus interrogatórios agressivos representam uma simples formalidade. Estética e tematicamente estamos muito mais perto do universo de Polanski, do que de quem criou o caloroso, emocionante e agridoce “Cinema Paradiso”. 


Os filmes citados têm elementos nitidamente kafkianos, mas obviamente não se restringem a eles. Polanski é um artista múltiplo que trabalha o classicismo de linguagem com o máximo de transparência e alto nível de opacidade, sem o qual a arte não vive, fazendo um inventário das perversidades humanas e as circunstâncias mentais e sociais onde elas eclodem.

Mesmo correndo o risco de ser acusado de fazer um discurso da vitimização (o que Polanski sempre evitou) me atrevo a escrever que num mundo onde um adolescente de 14 anos foi assassinado no Brasil por um grupo homofóbico, dentre vários outros crimes (o Brasil é o país que mais mata o pessoal GLBTQI+ no mundo) me sinto um personagem de um filme de Polanski, saído das páginas de Kafka.





Uma das mais belas e contundentes adaptações de Shakespeare para o cinema é “Macbeth” (1971) de Polanski, feito ainda sob o impacto da morte ritual da mulher Sharon Tate em 1969. É uma obra eivada num exorcismo de sangue e vilania, um filme que nos corta com lâmina afiada mostrando os abismos a que podem chegar os corações humanos. Não é à toa que vem desta peça o acutilante adágio “A vida é uma história contada por um idiota cheia de som e fúria, significando nada”. Shakespeare capta aqui o absurdo da existência, que ecoa em Kafka, em Polanski e em mim.

Depois de “O Escritor Fantasma” que me motivou a escrever este texto no meu Blog anterior, em 30 de junho de 2010, agora revisto e ampliado, Polanski realizou mais grandes filmes, onde sua marca autoral está nitidamente presente. 





O seguinte foi “Deus da Carnificina” (2011) onde dois casais começam bem a resolução pacífica para um conflito que envolveu seus filhos, mas como se fosse “O Anjo Exterminador” (1962) de Luis Buñuel, o casal que tem o filho delinquente, que feriu o outro, não consegue ir embora e vão eclodindo discussões cada vez mais acaloradas entre os casais e até mesmo entre os maridos e suas mulheres. São as tortuosidades e perturbações da mente que mais uma vez inspira Polanski, baseado numa peça da dramaturga iraniana-francesa Yasmina Reza que escreveu o roteiro com ele, na casa onde este esteve na Suíça por meses.  

Aonde vai minha identificação. Pela humanidade que o quarteto de atores formidáveis apresenta, vendo-os se descompensar em suas emoções, deixando eclodir rancores guardados, aprendo até onde o humano pode atingir. 





Até mesmo a terrível história de amor e ódio, envolvendo sado-masoquismo (algo que decisivamente não tem nada a ver comigo) de “Lua de Fel” (1992), abordando este abismo das relações humanas, com muita maturidade e rigor, nos faz compreender o ser humano em suas situações limites, até para sabermos o que não desejamos para nós. Já encontrei na vida parceiros com gosto pelo sadomasoquismo e saí delicadamente da relação que nem começou. 

Aqui também temos um quarteto de atores excelentes, com destaque para Peter Coyote e Emmanuelle Seigner, os amantes dos riscos e perigos extremos, algo que faz o marido ficar numa cadeira de rodas.  




Mas o maior presente que Polanski deu à sua mulher Emmanuelle Seigner, mãe de seus filhos, como atriz, foi dirigi-la em “A Vênus das Peles” (2013), no Brasil equivocadamente chamado de “A Pele de Vênus”.   

(Thomas (Mathieu Amalric, excepcional) queixa-se ao telefone da falta de talento das candidatas demonstrada nas provas de audição, que fez durante todo o dia, para representarem o papel de uma mulher que faz um negócio com um homem para este ser seu escravo.

Nenhuma apresenta a competência necessária para interpretar o papel principal. Thomas prepara-se para abandonar o teatro quando, uma mulher misteriosa entra na sala, Vanda (Emmanuelle Seigner, maravilhosa), que tem uma personalidade forte e é um furacão de energia erótica. Ela está perfeitamente preparada: comprou adereços, leu o material, percebe a personagem e conhece os diálogos de cor.


Desta forma, a atriz tenta convencer como é perfeita para o desempenho do papel, mas Vanda materializa tudo o que o diretor odeia. Thomas sabe que Vanda está completamente desesperada para conseguir a peça, mas ao mesmo tempo, prevê que se a sua escolha recair nesta atriz, será inteiramente desapropriada. De qualquer forma, Vanda não aceita um não como resposta e começa a tornar-se cada vez mais dominante e provocante, por outro lado a atração de Thomas começa a ser cada vez mais veemente, originando uma mudança de poder entre eles...)- Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/La_V%C3%A9nus_%C3%A0_la_fourrure 

O jogo de rato e gato que vai se desenvolver é desconcertante tanto para os personagens, como para nós espectadores. O feminismo em Polanski é bastante complexo, mostrando fragilidades e fortalezas psicológicas que se confundem. O desfecho, como em vários dos seus filmes, um cuidado que ele sempre tem, como grande contador de histórias que ele é também, é acachapante e inesquecível, nos convidando a rever o filme mais vezes. Bastante perturbador para dizer o mínimo. E com uma novidade em sua obra: o trabalho com Mitologia. 

Filmado num espaço fechado, mas fugindo do Teatro óbvio no Cinema ( como em muitos dos seus filmes ), temos ao fim uma saída das câmaras para as ruas, onde forma e conteúdo são brilhantes. Além de nos perturbar bastante, como de hábito no Cinema do diretor. 






“Baseado em Fatos Reais” (2017) envolve uma escritora (Emmanuelle Seigner, que indicou o livro base para o marido filmar), que após o lançamento de um livro entra em crise criativa ao mesmo tempo que é bastante assediada por uma admiradora (Eva Green). 

O trabalho das atrizes é notável e temos aqui mais uma vez uma história em que não sabemos bem o terreno que estamos pisando (assim como os personagens) e de quebra tem um toque de “Persona” de Ingmar Bergman. 

O filme, de modo geral, não obteve o prestígio crítico de outros filmes de Polanski, mas pelo menos um crítico de carreira gostou bastante que é Inácio Araújo da Folha de São Paulo. 





Em 2019 Polanski conseguiu realizar um projeto de anos: “O Oficial e o Espião” (no original: “J’accuse”, nome do manifesto do escritor Émile Zola sobre o caso do judeu Dreifus ).

(“O Oficial e o Espião” se passa em Paris, final do século 19. O capitão francês Alfred Dreyfus (Louis Garrel) é um dos poucos judeus que faz parte do exército. No dia 22 de dezembro de 1884, seus inimigos alcançam seu objetivo: conseguem fazer com que Dreyfus seja acusado de alta traição. Pelo crime, julgado a portas fechadas, o capitão é sentenciado à prisão perpétua no exílio. Intrigado com a evolução do caso, o investigador Picquart ( Jean Dujardin) decide seguir as pistas para desvendar o mistério por trás da condenação de Dreyfus.)- Fonte: https://www.adorocinema.com/filmes/filme-229982/ 

Com bastante paciência o filme nos mostra como o Oficial Picquart, juntando diversas evidências, vai paulatinamente se convencendo da inocência de Dreyfus e da onda antissemita que o condenou. Curioso é que o Oficial é também antissemita, mas se move porque não suporta a ideia de que a Instituição Militar em que trabalha cometa deliberadamente injustiças desta ordem.  Jean Dujardin está excelente na composição desta dualidade do seu personagem, que nos ganha mais pela causa que abraça e não pela simpatia. 

Como, com Polanski, tudo é complexo, o Dreyfus composto por Garrel apesar de vítima, não nos é mostrado como uma pessoa simpática. 

É se juntado a Émile Zola que conhece muita gente, que Picquart vai poder fazer caixas de ressonâncias na imprensa sobre a inocência de Dreyfus, publicizando bastante o célebre manifesto de Zola “J’ Accuse”. Mas veremos que o sistema é muito mais forte. Faz até chantagem com Picquart por ter como amante uma mulher casada, Pauline (Emmanuelle Seigner). 

Enfim, Dreifus vai ser no fundo perdoado, mas não inocentado e ao querer junto a Picquart promovido a alto cargo, depois de ter sido até preso, que tenha salários e insígnias à altura do tempo em que esteve preso, nem este pode ajudar, alegando que os inimigos ainda estão no poder. Letreiros informam que os dois nunca mais se encontraram. 

Se no começo do filme já é chocante ver Dreyfus ser humilhado perante todo um pelotão ao fundo com perfilados, incluindo Picquart, perdendo todos os seus signos militares (espadas, insígnias e afins), nos letreiros finais Polanski faz questão de mostrar no chão tudo que foi retirado injustamente dele, pois a rigor, com ele não foi feito justiça com inteireza. Um desfecho que se não é melancólico, é preocupante pois o antissemitismo, de lá pra cá, continua bastante vivo e o diretor sabe bem disto.






Num Festival Internacional de Cinema do Rio de Janeiro assisti “Polanski, Amado e Odiado” (de 2008, agora com o título “Polanski: Procurado e Desejado”, fiel ao título original “Wanted and Desired”) de Marina Zenovich. 

(Roman Polanski foi preso em 1977 na cidade de Los Angeles sob acusação de estupro de vulnerável e onze meses depois buscou exílio em seu país de origem para fugir de uma sentença de quase cinquenta anos de prisão. O período de tempo entre essas duas ocorrências é o foco desse documentário que aborda a trajetória do enigmático cineasta antes e depois do trâmite judicial, usando não só imagens de arquivo e trechos de seus filmes mas também entrevistas com amigos, colaboradores e parentes da menina que alega ter sido vítima de abuso) -Fonte: https://www.adorocinema.com/filmes/filme-135820/ 

A Sinopse é imprecisa. Polanski não negou o abuso, ficou por volta de um mês internado numa Instituição e aguardou com o advogado sua sentença. Mas foi o próprio advogado que o aconselhou a fugir dos EUA, pois estava nas mãos de um promotor nada confiável. Primeiro, este queria notoriedade em cima da celebridade que Polanski era. Segundo, ele estava confundindo os perturbadores filmes de Polanski (que não veio ao mundo a passeio) com a pessoa do diretor. Basta assistir um Roda-Viva com David Linch divulgando a Meditação Transcendental que pratica todo dia há anos, explicada em seu livro “Em Águas Profundas”, que lançava no Brasil, para constatarmos o óbvio: uma coisa é a obra de um autor, sua estética e temática, outra coisa é a pessoa do artista. ( https://www.youtube.com/watch?v=0MpMXPcrewI&t=83s -  David Lynch - 03/11/2008 – Roda-Viva.

Um exemplo mais pessoal. Adoro a obra musical de Chico Buarque (que conheço mais do que sua Literatura), mas não tenho a menor simpatia por suas simpatias à Ditadura Cubana de anos, à Ditadura de Chaves e agora Maduro na Venezuela e da sua visão acrítica de Lula como político, o que levou um jornalista da Folha a escrever corretamente: “O silêncio de Chico Buarque é ensurdecedor”). Mas vou desprezar as criações dele por causa destes elementos de ordem pessoal? Claro que não. O pior é que tem quem o faça, principalmente nesta nossa era de neoconservadorismo sórdido, campo da barbárie vigente mais do que extrema direita, eclipses culturais, tentativas de apagamento da Cultura Brasileira, cujo evento mais recente é o Grupo Severiano Ribeiro querendo usar a Justiça para expulsar o pessoal do Estação que transformou um Cine Pornô abandonado em ponto de referência da Cultura Cinematográfica Carioca, com as atuais cinco salas do Estação Net Rio. O ideal é que o prefeito Eduardo Paes, ciente do alentado abaixo-assinado, se sensibilize com a causa de não despejo e tombe o espaço todo como Patrimônio Cultural e Artístico. E não surja mais um prédio comercial em Botafogo.   

Já agora uma senhora, a vítima quis retirar qualquer queixa contra Polanski, alegando que ele já pagou o suficiente, não podendo trabalhar nestes anos todos em Hollywood, onde teria uma carreira mais promissora ainda (mesmo exilado Polanski realizou grandes filmes como vimos), pois sabe como poucos cineastas (os Irmãos Coen, Spielberg, Scorsese, Spike Lee são destes) conjugar arte cinematográfica potente e fértil, com entretenimento mais accessível. Mas a Justiça americana não aceitou a atitude da senhora que deveria ter sido respeitada. Quer mesmo vingança.

Polanski vive agora em Paris e mulheres histéricas do #Metoo, com seus processos de caça-bruxas, ânsia por justiça pelas próprias mãos, desejo de cancelamentos, auês nas redes sociais, impediram que Polanski fosse presidente do júri do César. Fizeram também um grande auê quando a Cinemateca Francesa programou uma mostra da obra de Polanski, que já nem me lembrou se aconteceu ou não.   

Polanski já foi presidente do júri no Festival de Cannes, onde de acordo com seus ideais estéticos (que resumiu em entrevista coletiva) cabalou ( com seus dois votos de direito) a premiação  com a Palma de Ouro, para “Barton Fink” (1991) dos Irmãos Joel e Ethan Coen. 

Mais recentemente “O Oficial e o Espião” concorreu a vários prêmios César (11 para ser exato, incluindo Melhor Filme), ganhando o de Melhor Direção para Polanski e Melhor Roteiro Adaptado. Isto foi suficiente para que as mulheres envolvidas no belíssimo “Retrato de Uma Jovem em Chamas” se retirassem indignadas. 

Quanta hipocrisia! Por que foram a esta cerimônia, já não concordando com o destaque prévio dado a “O Oficial e o Espião”? Mas claro, esperavam ganhar prêmios, mas como o destaque para direção, pelo menos, não veio, pau no Polanski, que não deveria estar na competição...

No Festival de Veneza de 2019 a presidente do júri Lucrecia Martel reclamou bastante da presença de Polanski na competição. Mas depois de visto o filme, como era sua obrigação, se rendeu à grandeza do filme e ele ganhou o segundo Prêmio do Festival.

Quando eu soube do projeto “Era Uma Vez...Em Hollywood” (2019) de Quentin Tarantino fiquei temeroso com o que seria mostrado do assassinato de Sharon grávida pela gangue de fanáticos demoníacos capitaneados por Charles Manson. Mas visto o filme com o coração pesaroso tive um grande prazer ao final de ver Tarantino, com poesia, mudar a História, como também fez genialmente em “Bastardos Inglórios” (2009). O final em “Era Uma Vez...” é bastante tarantinesco mas não com Sharon que foi mostrada antes com muita beleza (como na sequência em que assiste um filme seu num cinema, rindo bastante). Sharon surge ao final para convidar os personagens de Brad Pitt e Leonardo DiCaprio, seus vizinhos (que a rigor, a salvaram, inclusive com lança chamas enorme e potente que aparece no outro filme), a tomarem uma bebida. Sã, grávida, salva e linda, em belo trabalho de Margot Robbie. 

Aqui vai uma questão bastante polêmica. Se eu fosse juiz do caso Polanski/ ninfeta, dado os antecedentes de horrores na vida do diretor, as perturbações e traumas que podem trazer, consideraria como atenuantes e aplicaria uma alta multa como fiança e/ou serviços comunitários temporários. E não teríamos esta celeuma toda de décadas. E é bom lembrar que como a senhora quer retirar a queixa na Justiça Americana, toda vez que mulheres histéricas atacam Polanski, isto ganha espaço nos jornais e ferem esta senhora, que não quer mais expor estas cicatrizes da alma, se assim se processa. 

E, last but not least, Polanski tem cidadania francesa e ao Estado Francês não deve nada. Mas uma forte razão para ser deixado em paz por estas mulheres, do tipo “De gente bem intencionada, o Inferno está cheio”. Que na Europa, EUA, Ásia etc... levem seus casos à Justiça e esta que decida as penalizações. Assim como os homens que acusam Kevin Spacey e outros de assédio sexual. Polanski fugiu dos EUA pelas razões mais que justas  apresentadas. Já Woody Allen num espaço de um ano já tinha sido absolvido da acusação de pedofilia, por falta de provas, em duas cidades diferentes, há anos atrás. Uma grande vergonha, artistas sérios se dizerem arrependidos de ter trabalhado com Allen, como Colin Firth, Mira Sorvino (1995) que ganhou Oscar de Atriz Coadjuvante por “Poderosa Afrodite”, dentre outros, ou afirmar que jamais trabalharia com ele. Palmas efusivas para Javier Bardem (que já trabalhou em “Vicky Cristina Barcelona”- 2008, que deu Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante para sua mulher Penélope Cruz) que disse que se Woody o chamasse para um outro filme, estaria disponível logo no dia seguinte. 

Para terminar mesmo este texto que pode ter ficado pesado, dois comentários, ficando com uma blague de Woody Allen que tem grande fundo de verdade: “Vocês acham que se eu fosse pedófilo mesmo, iria esperar mais de 50 anos para praticar?” 

Enfim, Polanski tem hoje, 13/11/2021, 88 anos. Tomara tenha bastante saúde para fazer mais obras perturbadoras, que nos tirem de nossas zonas de conforto espirituais, estéticas, sendo inesquecíveis. Que filme tanto ou mais que o português Manoel de Oliveira. E o supere em anos vividos, por volta de 117 anos (1908-2015), filmando de 1931 a 2015. Para desespero destas mulheres... E que venham com muitos prêmios.   

Roman Polanski Filmografia Completa 

https://www.google.com/search?q=Roman+Polanski+Filmografia+Completa&rlz=1C1CHZL_pt-BRBR738BR738&oq=Roman+Polanski+Filmografia+Completa+&aqs=chrome..69i57.20371j0j15&sourceid=chrome&ie=UTF-8

Nelson Rodrigues de Souza  

Ps1. Reiterando, este texto foi publicado em 2010 no meu Blog anterior e surge agora com várias revisões e acréscimos. 

Ps2. Polanski tem muita vontade de voltar para os EUA para render homenagens e/ou se emocionar no túmulo de Sharon Tate. Será que em vida, ainda vai conseguir? Mas quando até a Academia de Hollywood que já lhe deu vários prêmios, unilateralmente, o descredencia como membro dela, fico cético quanto a este aspecto. E ainda tiveram o desplante de convidar (algo recusado com merecido alarde ) Emmanuelle Seigner para fazer parte dela...

2- Links Pertinentes 

2.1 https://www.youtube.com/watch?v=i6R5V9xiiNY 

A Faca na Água (1962), de Roman Polanski, filme completo - ative as legendas em português

4.528 visualizações     25 de jul. de 2021


Cine Antiqua Grey

4,63 mil inscritos


Um casal dirige rumo à marina quando um mochileiro surge, quase sendo atropelado. O jovem precisa de uma carona e acaba sendo convidado a velejar com o casal, dando início a uma velada competição entre os dois homens pela atenção da mulher.

Filme de estreia do diretor Roman Polanski, indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro e vencedor do Prêmio da Crítica no Festival de Veneza. 


Data de lançamento: 9 de março de 1962 (Polônia)


Diretor: Roman Polanski


Música composta por: Krzysztof Komeda


Roteiro: Roman Polanski, Jerzy Skolimowski, Jakub Goldberg


Elenco: 

Leon Niemczyk

Jolanta Umecka

Zygmunt Malanowicz 

2.2 https://www.youtube.com/watch?v=hT3oY3SxZIo 

Repulsa ao Sexo (1965), de Roman Polanski, com Catherine Deneuve, filme completo em 1080p, legendado

6 de ago. de 2018

Cine Antiqua - filmes clássicos


Carol Ledoux (Catherine Deneuve) é uma mulher tímida e sexualmente reprimida, que trabalha como manicure em um salão de beleza londrino. Constantemente, é assediada por um homem extremamente apaixonado, que deseja lhe tirar a virgindade a qualquer custo. Quando sua irmã, com a qual mantém uma relação de dependência muito forte, vai viajar com o namorado, acaba por ficar sozinha no apartamento que dividem, solitária e gradativamente alucinada. Perturbada e cada vez mais ilúcida, acaba por revelar um lado obscuro de seu comportamento, movida pelo sofrimento e por sua repulsão à sexualidade.


Repulsa ao Sexo (Repulsion – Reino Unido, 1965)


Direção: Roman Polanski.


Roteiro: Roman Polanski.


Elenco: Catharine Deneuve, Ian Hendry, John Fraser, Yvonne Furneaux, Patrick Wymark, Renee Houston.


2.3 https://www.youtube.com/watch?v=IYelkG2pkdc 

Uma Simples Formalidade 

24.486 visualizações  3 de out. de 2013


mario cesar bucci


Um filme que parece um mero caso de polícia se transforma em um grande filme de origem espiritual. Vale a pena assistir só se for com muita atenção.


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