domingo, 25 de fevereiro de 2024

Os Filmes Que Concorrem ao Oscar em Diversos Segmentos em 2024, Os Meus Prediletos e Os Que Acredito Que Vão Ganhar, Independentemente do Meu Apreço.


 

Os Filmes Que Concorrem ao Oscar em Diversos Segmentos em 2024, Os Meus Prediletos e Os Que Acredito Que Vão Ganhar, Independentemente do Meu Apreço. 

1- Introdução

Por favor leia meu post anterior sobre Os Melhores Filmes Vistos em 2023. Os que foram comentados ali, não serão mais comentados aqui, de modo geral, a não ser que haja alguma observação mais relevante a fazer.

Eu ainda acredito que o Oscar é uma grande festa do Cinema. Reparem como a reboque do Oscar quantos grandes filmes estão passando. E lembrem que tanto o favorito “Oppenheimer” e “Assassinos da Lua das Flores” já saíram de cartaz. Assim, mesmo que eu tenha me decepcionado com tantas escolhas ruins já feitas, acho importante, ao meu modo, celebrar esta festa aqui.  

2- Os Filme Que Concorrem ao Oscar em Diversos Segmentos em 2024 

MELHOR FILME

‘American Fiction’


‘Anatomia de uma Queda’


‘Barbie’


‘Os Rejeitados’


‘Assassinos da Lua das Flores’


‘Maestro’


‘Oppenheimer’


‘Vidas Passadas’


‘Pobres Criaturas’


‘Zona de Interesse’


DIREÇÃO

Jonathan Glazer, ‘Zona de Interesse’


Yorgos Lanthimos, ‘Pobres Criaturas’


Christopher Nolan, ‘Oppenheimer’


Martin Scorsese, Assassinos da Lua das Flores’


Justine Triet, ‘Anatomia de uma Queda’


ATOR

Bradley Cooper, ‘Maestro’


Colman Domingo, ‘Rustin’


Paul Giamatti, ‘Os Rejeitados’


Cillian Murphy, ‘Oppenheimer’


Jeffrey Wright, ‘American Fiction’


ATRIZ

Annette Bening, ‘Nyad’


Lily Gladstone, ‘Assassinos da Lua das Flores’


Sandra Hüller, ‘Anatomia de uma Queda’


Carey Mulligan, ‘Maestro’


Emma Stone, ‘Pobres Criaturas’


ATOR COADJUVANTE

Sterling K. Brown, ‘American Fiction’


Robert De Niro, ‘Assassinos da Lua das Flores’


Robert Downey Jr., ‘Oppenheimer’


Ryan Gosling, ‘Barbie’


Mark Ruffalo, ‘Pobres Criaturas’


ATRIZ COADJUVANTE

Emily Blunt, ‘Oppenheimer’


Danielle Brooks, 'A Cor Púrpura'


America Ferrera, 'Barbie'


Jodie Foster, ‘Nyad’


Da’Vine Joy Randolph, ‘Os Rejeitados’


ROTEIRO ADAPTADO

‘American Fiction’


‘Barbie’


'Zona de Interesse'


‘Oppenheimer’


‘Pobres Criaturas’

ROTEIRO ORIGINAL

‘Anatomia de uma Queda’


‘Os Rejeitados’


'Maestro'


‘Segredos de um Escândalo’


‘Vidas Passadas’


FILME INTERNACIONAL

'Io Capitano' (Itália)


‘A Sociedade da Neve’ (Espanha)


‘The Teachers’ Lounge’ (Alemanha)


‘Zona de Interesse’ (Reino Unido)


‘Perfect Days’ (Japão)


ANIMAÇÃO

‘O Menino e a Garça’


‘Elementos’


‘Nimona’


'Meu Amigo Robô'


‘Homem Aranha: Através do Aranhaverso’

DOCUMENTÁRIO

‘To Kill a Tiger’


‘20 Days in Mariupol’


'Bobi Wine: The Poeple's President'


'The Eternal Memory'


'As 4 Filhas de Olfa'


FOTOGRAFIA

‘O Conde’


‘Assassinos da Lua das Flores’


‘Maestro’


‘Oppenheimer’


‘Pobres Criaturas’


MONTAGEM

‘Anatomia de uma Queda’


‘Os Rejeitados’


‘Assassinos da Lua das Flores’


‘Oppenheimer’


'Pobres Criaturas'


SOM

‘Resistência'


‘Maestro’


‘Oppenheimer’


'Missão: Impossível - Acerto de Contas Parte Um'


‘Zona de Interesse’


TRILHA SONORA

‘American Fiction’


'Indiana Jones e a Relíquia do Destino'


‘Assassinos da Lua das Flores’


‘Oppenheimer’


‘Pobres Criaturas'


CANÇÃO ORIGINAL

‘It Never Went Away’, de ‘American Symphony’


‘I’m Just Ken’, de ‘Barbie’


‘What Was I Made For?’, de ‘Barbie’


‘The Fire Inside’, de ‘Flamin’ Hot’


'Washzazhe', 'Assassinos da Lua das Flores'


DIREÇÃO DE ARTE

‘Barbie’


‘Assassinos da Lua das Flores’


'Napoleão'


‘Oppenheimer’


‘Pobres Criaturas’


FIGURINO

‘Barbie’


‘Assassinos da Lua das Flores’


‘Napoleão’


‘Oppenheimer’


‘Pobres Criaturas’


MAQUIAGEM E CABELO

‘Golda: A Mulher de uma Nação’


'A Sociedade da Neve'


‘Maestro’


‘Oppenheimer’


‘Pobres Criaturas’


EFEITOS ESPECIAIS

‘Resistência’


‘Godzilla Minus One’


'Guardiões da Galáxia Vol. 3'


‘Napoleão'


'Missão: Impossível - Acerto de Contas Parte Um'


ANIMAÇÃO EM CURTA-METRAGEM

‘Letter to a Pig’


'Ninety-Five Senses'


'Our Uniform'


'Pachyderme'


‘War is Over! Inspired by the Music of John & Yoko’


DOCUMENTÁRIO EM CURTA-METRAGEM

‘The ABCs of Book Banning’


'The Barber of Little Rock'


'Island in Between'


‘The Last Repair Shop’


‘Nǎi Nai & Wài Pó’


CURTA-METRAGEM

‘The After’


'Invincible'


'Knight of Fortune'


'Red, White and Blue'


‘A Incrível História de Henry Sugar’

3 Os Meus Prediletos nas Diversas Categorias e Os Que Acredito Que Vão Ganhar, Independentemente do Meu Apreço.

3-1-Melhor Filme 

a) Pobres Criaturas

Yorgos Lanthimos, com “Pobres Criaturas” (2023), Leão de Ouro no Festival de Veneza, prova mais uma vez como é um cineasta autoral, com filmes impactantes e incômodos, que partem de premissas singulares e depois as exploram ao máximo, com grandes imprevisibilidades e muita criatividade tanto visual, sonora como a nível de roteiro.  

Em “Pobres Criaturas” uma mulher, Emma Stone (soberba) se suicida e tem seu corpo de mulher grávida retirado das águas por um cientista que ela chamará de God (Godwin, Willen Dafoe, mais uma vez extraordinário). Este retirará a criança que sobreviveu e implantará o cérebro dela no lugar do cérebro da criatura que se chamará Bella e com um cérebro de criança, tendo que aprender a se movimentar e a respeitar as convenções sociais, paulatinamente, pois a princípio as ignora e comete socialmente o que só se poderia, em tese, ser feito em privado.

“Pobres Criaturas” é uma adaptação de livro de Alasdair Gray (inspirado em “Frankenstein” de Mary Shelley). Dois homens bem tóxicos cruzarão sua vida, o tolo machista e vaidoso Duncan (Mark Ruffalo, em um dos seus melhores papéis na carreira) e o general violento e cruel Alfie (Christopher Abbot). Bella se inclina para o assistente de God, Max Candles ( Ramy Youssef) mas antes de se casar com ele, vai querer passar por várias experiências no mundo, num navio e em alguns países ( com Lisboa, com paisagem retrô-futurista), até mesmo sendo prostituta em Paris, descobrindo uma relação lésbica satisfatória com uma negra que lhe apresenta o socialismo. “Nossos corpos são nossos meios de produção” vai dizer Bella a um atormentado e decadente Duncan.

Concorre a 11 Oscars incluindo Melhor Filme, com cenários, figurinos, maquiagem e mise en cène bastante apurados e seria digno de ser reconhecido como filme do ano se não tivéssemos “Oppenheimer”, “Assassinos da Lua das Flores” e “Zona de Interesse” como concorrentes.







b) Zona de Interesse

Jonathan Glazer nos traz com “Zona de Interesse”, Grande Prêmio do Júri em Cannes 2023, Prêmio da Crítica Internacional, o filme mais impactante de 2023 e dos últimos anos. E faz isto com economia de recursos e uma visão conceitual que nos conecta ao conceito de “banalidade do mal” de Hannah Arendt ( muito bem desenvolvido no filme homônimo de Margareth Von Trotta, com Barbara Sukova, de 2012- Vide  https://www.youtube.com/watch?v=3FFhh0Ce59g Hannah Arendt - Filme completo legendado (Série filmes na sala de aula).). 

Em “Zona de Interesse” o casal Rudolf Höss (Christian Friedl ) e Hedwig Höss (Sandra Hüller, sim a protagonista de “Anatomia de Uma Queda” em mais um excelente trabalho, agora completamente distinto) vive com os filhos e criados numa casa grande de vários cômodos, muitas portas, com piscina, horta, flores e pomar portentosos , mas com algo bastante sombrio. Moram ao lado do campo de concentração de Auschwitz na Polônia, onde Rudolf é o chefe do campo. 

Do que acontece dos horrores perpetrados só teremos o som de tiros, gritos, dores e vestígios como dentes, roupas incluindo casaco de peles, retirados dos assassinados no campo. E fumaça dos fornos crematórios. De onde vemos com clareza mesmo uma guarita de vigilância. 

A única pessoa que se dará conta de todo horror e banalidade será a mãe de Hedwig que a princípio até elogia a moradia, mas depois vai embora sorrateiramente deixando um bilhete lacônico.  

“Zona de Interesse” faz questão de mostrar com planos gerais, médios e closes só nas flores, que todos sabem o que ocorre do outro lado do muro. Até uma criança mais velha subjuga como um nazista um irmão menor, trancando-o numa estufa e fazendo um som intimidador.  

Mesmo quando Rudolf é transferido para outro posto, sua mulher manifesta o interesse firme de continuar habitando aquela casa que construíram,pois seria um ideal que Hitler queria para todos. E consegue do marido este “privilégio”. 

O desfecho de forma surpreendente, mudando o tom, nos faz fazer pontes com os genocídios que ocorrem ainda no presente e depois do holocausto e isto é um incômodo a mais do filme, magnificamente dirigido por Jonathan Glazer em todas as suas minúcias. Não por acaso ele concorre a 5 Oscars incluindo Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado (do livro homônimo de Martin Amis),Melhor Som, Melhor Filme Internacional. 





 






c) Anatomia de Uma Queda 

O que acrescento ao comentário que já fiz a “Anatomia de Uma Queda”, Palma de Ouro em Cannes 2023 (que deveria ter sido de “Zona de Interesse”) é que ao fim e ao cabo temos mais uma vez um filme de tribunal que remete ao clássico de Sidney Lumet “12 Homens e Uma Sentença” (1957). O que o jurado interpretado magistralmente por Henry Fonda quer é que todos os outros 11 entendam que se não há certeza de que o jovem negro tenha matado o pai, ele não pode ser condenado. No caso seria à irremediável morte.   

Lembremos: A expressão latina “in dubio pro reo” significa “na dúvida, a favor do réu” (em tradução livre). Assim, o princípio do “in dubio pro reo” adotado pelo ordenamento jurídico brasileiro expressa que, havendo dúvida no processo penal, por falta de provas, a interpretação do Juiz deve ser em favor do acusado. ( https://encurtador.com.br/bkoPX ). Este ordenamento existe em outros países. 

É o que acontece em “Anatomia de Uma Queda”. Saímos do filme com a certeza de que não há provas consistentes contra a escritora. Assim, foi devidamente absolvida. Mas será mesmo inocente? Falas e gestos ao final nos deixarão na dúvida. Para isto a excepcional ambiguidade da personagem fria de Sandra Hüller contribui bastante. 

O filme tem justas indicações ao Oscar de Melhor Filme, Atriz, Roteiro Original, Diretor, Edição.  Mas o que é mais forte é o trabalho protagonista de Sandra Hüller. 

O roteiro pragmático demais, abusa um tanto do que mostrar, do que não mostrar e quando. O que pode ser uma qualidade pode soar, como já escrevi, quase que irritante. O que não acontece com o clássico de Sidney Lumet, em nenhum momento.  






d) Vidas Passadas 

Há quem advogue que em termos de imagens o filme não tem novidades. Sim podemos ter visto estas paisagens de Nova York em filmes de Woody Allen, por exemplo. Mas o que é muito forte aqui e significativo são as trocas de olhares que revelam universos do qual os próprios personagens não se dão conta. Para isto, este que é o melhor filme independente de 2023 (de baixo orçamento) e como tal foi premiado no Independent Spirit Awards, conta com os desempenhos fabulosos de Greta Lee (Nora), Teo Yoo (Hae Sung) e John Magano (Arthur), com direção preciosa e impecável de Celine Song, com montagem de timing certeiro nas emoções. 

Ao fim do filme ficaremos em dúvida se Nora conhece realmente suas emoções, após o reencontro com Hae Sung depois de 24 anos. Será que deixou um outro “e se” passar, com receio de estragar um casamento que lhe pode ser confortável?  

“Vidas Passadas” é um filme só de aparente simplicidade, merecendo revisões. Concorre ao Oscar de Melhor Filme e Roteiro Original, mas nestes quesitos temos filmes mais potentes.







e) Barbie 

Por mim este filme tão comentado e com grande campanha de marketing que atingiu o insuportável, de Greta Gerwig, não teria sido indicado a nenhum Oscar, a não ser Melhor Ator Coadjuvante para Ryan Gosling que é o que de melhor o filme tem, se é que se pode falar em melhor. O ator tira leite das pedras. Se bem que a rigor, Leonardo DiCaprio por “Assassinos da Lua das Flores” merecia esta indicação, por seu personagem ambíguo, que tanto ama a esposa indígena, como influenciado pelo tio canalha vivido por Robert De Niro, é atraído para a marginalidade, culminando com assassinatos de indígenas.  

Margot Robbie alterna sorrisos largos e muitas lágrimas chorosas. Nada de grande desempenho. Se uma atriz foi injustiçada foi Natalie Portman pela atriz de “Segredos de Um Escândalo” (2023, “May December”) de Todd Haynes, sendo que este filme deveria também ter entrado na lista de Melhor Filme no lugar de “Barbie”. 

Os cenários, figurinos, cabelos e maquiagens de “Barbie” são muito cafonas, kitsch. O roteiro enfileira discursos feministas infantis. Basta comparar com o que Yorgos Lanthimos e Emma Stone fazem em “Pobres Criaturas”, um filme adulto para adultos, sem perder o humor, para se ter ideia do quanto “Barbie” é feito para crianças ou adultos infantilizados. Se Margot foi injustiçada foi quando não foi indicada a Melhor Atriz por “Babilônia”(2022) de Damien Chazelle, num trabalho exuberante com grande entrega.  







f) American Fiction 

Até o momento não houve nem uma pré-estreia, fazendo o filme ser prejudicado na avaliação. Problemas dos distribuidores e exibidores que com o Oscar batendo à porta, não lançam o filme. 



g) Os Rejeitados (“The Handolvers”) 

Este filme de 2023 de Alexander Payne marca seu reencontro com Paul Giamatti, após “Sideways-Entre Umas e Outras” de 2004. Embora a melancolia predomine podemos, correndo o risco da simplificação, chamar o filme de dramédia. Assim, concorreu ao Globo de Ouro de Melhor Ator de Comédia ou Musical e o prêmio foi merecidamente para Paul Giamatti, com Melhor Ator de Drama para Cilliam Murphy.  

Paul Hunham (Paul Giamatti) é um professor rabugento de uma escola de elite de ensino médio, obrigado por superiores, após um considerado erro profissional, a ficar o fim do ano com alunos problemáticos. Por ardis do destino, acaba ficando somente com o espevitado e problemático jovem aluno Angus Tully (Dominic Sessa, excelente, um bom nome para indicação ao Oscar de Ator Coadjuvante) e a cozinheira-chefe Mary Lamb (Da’ Vine Joy Randolph, numa boa interpretação, ao meu ver, superestimada nas premiações em curso), alguém que perdeu na guerra do Vietnã o filho que estudava nesta escola, mostrando que pelo jeito, negros iam à guerra preferencialmente. 

“Os Rejeitados” sem dúvida é um filme muito bom, mas é exagero dizer que pode ser uma grande surpresa no Oscar, dado a concorrência tão forte. 

As três criaturas têm seus esqueletos no armário e acabam se solidarizando. Isto é previsível. Mas o modo como isto ocorre não, sendo um autêntico filme com a marca Alexander Payne que prima por focar personagens nem tão pobres, nem miseráveis, mas à margem em suas aventuras.

Concorre ao Oscar de Melhor Filme, Ator, Atriz Coadjuvante, Roteiro Original. No Bafta ganhou como Melhor Elenco. Se já tivesse esta categoria no Oscar 2024 (terá em 2025), o prêmio deveria ir para “Oppenheimer”, com elenco espetacular.  

Já acredito que Julianne Moore deveria ter sido indicada à categoria de Atriz Coadjuvante por “Segredos de Um Escândalo”. Seu trabalho com Natalie Portman, faz da dupla algo extraordinário, com toques bergmanianos de “Persona”, onde as personagens são ambíguas, não mostrando o que verdadeiramente sentem, deixando nós espectadores, com a pulga atrás da orelha sobre as autênticas personalidades, depois que o filme termina. 





  






h) Assassinos da Lua das Flores 

Assim como foi injusto “Oppenheimer” não ter sido indicado a Melhores Efeitos Especiais, foi errado “Assassinos da Lua das Flores” não ter sido indicado a Melhor Roteiro Adaptado. 

O Oscar só tem sido dado a um filme em cada categoria. Mas se pudesse dois filmes ganhar, eu incluiria, junto ao favoritismo de “Oppenheimer”, esta obra-prima de Martin Scorsese depois de duas outras que nos entregou:  “Silêncio” e “O Irlandês”.






i) O Maestro 

Este filme de Bradley Cooper foi mais reconhecido no Oscar do que por parcela da crítica, que misteriosamente ou nem tanto assim, tem antipatia por Bradley Cooper que já brilhou como diretor, ator e compositor em “Nasce Uma Estrela” (2018) com Lady Gaga, primorosa. 







 Resumindo: o filme que quero que ganhe como Melhor Filme é “Oppenheimer” e acredito que será o que vai vencer mesmo na categoria. 






3-2- Melhor Diretor 

O diretor que quero que ganhe é Cristopher Nolan e é quem deve ganhar na categoria mesmo. 

3-3-Melhor Ator 

O ator que quero que ganhe é Cilliam Murphy e é quem deve ganhar na categoria mesmo.

3-4-Melhor Atriz  

A atriz que quero que ganhe é Emma Stone. mesmo não fazendo muito tempo que venceu na categoria por “La La Land” (2016) de Damien Chazelle. É que seu trabalho em “Pobres Criaturas” é assombroso e virtuosístico. Mas como foi vitoriosa no SAG Awards, prêmio do Sindicato dos Atores, que compõe grande parte dos votantes da academia, acredito que Lily Gladstone vá ganhar o Oscar neste quesito, por “Assassinos da Lua das Flores”, desempenho louvável, sutil e minimalista, mas sem a grandeza do de Emma Stone.   

3-5-Melhor Ator Coadjuvante 

O ator que desejo que ganhe é Robert Downey Jr. e é quem acredito que ganhe mesmo. Há excelentes coadjuvantes este ano, até uns que ficaram de fora como Willen Dafoe, mas Robert em “Oppenheimer” está assombroso, se livrando do estigma de ser “para sempre” o Homem de Ferro”.  

3-6-Melhor Atriz Coadjuvante 

A atriz que quero que ganhe é Emily Blunt, que aproveita muito bem todas as suas aparições em “Oppenheimer, mas deve ganhar Da’ Vine Joy Randolph por “Os Rejeitados”, o que não é nenhum absurdo, mas soa com algo politicamente correto para se premiar atriz negra. Mas eu queria mesmo é que Julianne Moore estivesse concorrendo na categoria, para vencer.  

Vi finalmente na quinta-feira 23/02/2024 “Ferrari” (2023) de Michael Mann. É o filme mais injustiçado de 2023, pois poderia estar concorrendo em algumas categorias, principalmente Som, Edição, Atriz Coadjuvante (  Penélope Cruz, que já venceu nesta categoria por “Vick Cristina Barcelona” (2008) de Woody Allen, que é o que “Ferrari” tem de melhor). 

Gosto muito do recorte de 1957, dos dramas humanos, principalmente como evoluem a relação de Enzo Ferrari com a mulher Laura( Penélope Cruz), depois de perder um filho em 1956, por doença e sua vida paralela com a amante, com quem tem um filho, mas adia o processo de dar o sobrenome Ferrari a este garoto. 

O que me incomoda no filme no fundo é um problema meu. Não gosto nada de automobilismo e fiquei meio perdido nas estratégias de Enzo Ferrari para que seus corredores vençam. Mas tudo isto não justifica o desprezo que o filme andou recebendo por parte da crítica.













3-7- Melhor Roteiro Adaptado 

Gosto do de “Oppenheimer” e é o que acredito que vá ganhar mesmo. Num segundo plano fica “Zona de Interesse”. 

3-8-Melhor Roteiro Original 

Dentre os citados prefiro “Anatomia de Uma Queda” e é o filme que acredito que vença mesmo na categoria. 

3-9-Melhor Filme Internacional. 

Ainda não estrearam no Brasil “Io Capitano” e “The Teachers ‘Lounge”.

“A Sociedade da Neve” é uma grande experiência de imersão que não foi para as Telas de Cinema, infelizmente, ficando restrita à Netflix. 

Esta obra de Juan Antonio Bayona (de “O Impossível”(2012), “Sete Minutos Depois da Meia Noite” (2016) e “O Orfanato”(2007), grande vencedora do Goya 2024,  tem um conjunto de atores jovens desconhecidos no cinema, falando castelhano, que é extraordinário, tem sequências de reconstituições virtuosísticas ( principalmente o acidente na Cordilheira dos Andes do voo vindo do Uruguai em 1972 ) e um drama humano fortíssimo explorado sem nenhuma banalização, fazendo de mortos e vivos os heróis desta história real dos sobreviventes dos Andes. Inclusive o narrador desta história (Spoiler) morre e continua sendo o narrador, numa homenagem bastante poética e significativa, num reforço para nos mostrar que se heroísmo houve, foi de todos.   

Um doc sobre o filme na Netflix excelente mostra o quanto este filme tem de singular, embora esta história já tenha tido duas versões anteriores.






“Dias Perfeitos” (Perfect Days,2023) de Wim Wenders, numa produção Alemanha/ Japão tem de extraordinário mesmo é o desempenho de Kõji Yakusho (premiado como Melhor Ator em Cannes 2023), como Hirayama, um homem solitário de meia idade que sobrevive limpando banheiros públicos em Tóquio, com bastante profissionalismo, estoicismo e resiliência. Tem um pequeno espaço bem decorado onde lê seus livros (como uma obra de William Faulkner), cuida de plantas, ouve música em casa e no seu carro e tira muitas fotografias, sem celular à vista.  

A chegada de parentes vai abalar um tanto sua rotina, mas ele logo a retoma, culminando (Spoiler) com ele no seu carro ouvindo Nina Simone e sorrindo, pois a letra comenta muito da sua vida. 

Há sequências um tanto reiterativas, o encontro com um doente terminal talvez seja dispensável para reforçar o amor à vida de Hirayama, mas talvez seja uma necessidade conceitual deste filme para atingir sua poesia.

“Dias Perfeitos” foi a indicação do Japão para o Oscar Internacional. Eu teria escolhido o ainda melhor “Monster” de Hirokazu Kore-eda.






Em resumo, que Filme Internacional escolho, dentre os indicados? Num primeiro plano “Zona de Interesse” e é o filme que acredito que vá vencer nesta categoria. 

Num segundo plano fico com “A Sociedade da Neve” como minha preferência e o que irá vencer, neste plano.  

3-10-Melhor Animação de Longa-Metragem. 

Dentre os indicados assisti ao excelente “Nimona” pela Netflix e ao deslumbrante “O Menino e a Garça”, este no Cinema e pretendo rever,   dado a sua grande riqueza filosófica e pictórica. 

“Nimona” (2023) de Troy Quane e Nick Bruno, nos mostra um cavaleiro de origem plebeia que é acusado de matar, injustamente, por uma troca de espadas, justamente quem o escolheu. Uma criatura, Nimona, uma menina capaz das mais variadas metamorfoses, incluindo grandes animais e pessoas, é quem vai ajudar o cavaleiro a provar a sua inocência. Mas acaba surgindo a suspeita de que justamente ela teria uma origem negra e seria na realidade, um ente que o cavaleiro deveria destruir.

Em “Nimona” tem uma relação homoerótica entre o cavaleiro de origem plebeia e o que antes, o considerava um inimigo, lhe cortando até o braço. A Disney queria retirar este lado do filme, mas os diretores não consentiram com a mutilação de sua obra e conseguiram patrocínio da Netflix. 











     

“Nimona” é frenético e tem criatividade visual impressionante. Mas não iguala em deslumbre e criatividade “O Menino e a Garça”, a volta do grande mestre japonês da animação mundial Hayao Miyazaki, do Estúdio Ghibli, depois de ter anunciado sua aposentadoria após “Vidas ao Vento” de 2013. 

“O Menino e a Garça” conta a história complexa de Mahito, um menino de 12 anos, que perde a mãe num incêndio, vai morar com a tia já grávida, casada agora com o pai.  Esta desaparece e depois de forte estranhamento, Mahito vai receber a ajuda de uma garça que traz dentro de si um ser, atravessando portais e participando de várias aventuras, chegando até a um tio que quer que ele seja seu substituto para poder manter a ordem do mundo. 

Misturando divinas imagens pictóricas, muita fantasia e um enredo apaixonante, que crianças podem curtir, mesmo que não entendam tudo, “O Menino e a Garça” nos mostra Miyazaki retrabalhando elementos de seus filmes anteriores, com “A Viagem de Chihiro” (2001), Oscar de Melhor Animação. Há ainda homenagens ao veterano Isao Takahata, de “O Túmulo dos Vagalumes”(1988), falecido em abril de 2018, co-fundador do Estudio Ghibli  junto com Miyazaki. 

Em “O Menino e a Garça” fala-se em uma espécie de passagem de bastão. Mas mais do que se referir ao que Miyazaki pretenda para seu futuro, dado que tem mais de 80 anos, se refere ao que recebeu de Isao Takahata. 

“Homem Aranha: Através do Aranhaverso” é o segundo de uma trilogia a ser contemplada. Não gosto nada da ideia de dar Oscar a um filme nesta circunstância. 











Assim meu preferido na categoria é “O Menino e a Garça” e assim como já ganhou o Globo de Ouro e o Bafta, deve ser o vencedor no Oscar.

3-11-Melhor Documentário 

Não assisti a nenhum dos documentários. Assim não tenho preferência, mas pelos burburinhos de premiações creio que quem vá vencer é “20 Days in Mariupol”  

3-12-Melhor Fotografia 

Em primeiro plano prefiro a de “Oppenheimer” que é quem acredito que vá vencer na categoria. 

Em segundo plano fico com “Assassinos da Lua das Flores e “Pobres Criaturas”, excepcionais trabalhos nesta categoria também. 

3-13-Melhor Montagem 

Vale o mesmo que Melhor Fotografia. Num primeiro plano gosto de “Oppenheimer” e é quem acredito que vai ganhar o Oscar neste quesito. 

Já em segundo plano fico com “Assassino da Lua das Flores” e “Pobres Criaturas”, excepcionais trabalhos nesta categoria também. 

3-14-Melhor Som

Meu predileto é o de “Zona de Interesse” e é o que acredito que vá vencer. 

Num segundo plano fico com “Oppenheimer”.

3-15-Melhor Trilha Sonora 

Num primeiro momento fico com “Oppenheimer” e é quem acredito que vá vencer na categoria. 

Num segundo plano fico com “Assassinos da Lua das Flores” e “Pobres Criaturas”. 

Senti falta de “Zona de Interesse” entre os indicados neste quesito. E não acharia nenhum disparate vencer na categoria pois é a trilha mais original e assustadora. 

3-16-Melhor Canção Original 

Minha predileta é “Washzazhe” de “Assassinos da Lua das Flores”. Mas acredito que vá vencer “I’m Just Ken”, de “Barbie” ou “What Was I Made For?” de “Barbie”, para não dizer que “Barbie” não vença em nada. 

3-17-Melhor Direção de Arte 

Minha predileta é a de “Pobres Criaturas” e é a que acredito que vá vencer na categoria. 

Em segundo plano fico com “Oppenheimer” e “Assassinos da Lua das Flores”. 

3-18-Melhor Figurino. 

Meu favorito é o de “Pobres Criaturas” e é quem acredito que vá vencer nesta categoria. 

Em segundo plano fico com “Assassino da Lua das Flores”. 

3-19-Melhor Maquiagem e Cabelo 

Minha predileta é a de “Pobres Criaturas” e é a que penso que vá vencer. 

Num segundo plano fico com a de “A Sociedade da Neve”.

3-20-Melhores Efeitos Especiais 

Não consigo entender como “Oppenheimer” e “A Sociedade da Neve” ficaram fora dos indicados na categoria. 

Entre os indicados fico com “Napoleão” e é o que acredito que vá vencer. 

Num segundo plano fico com “Godzilla Minus One”. 














3-21-Melhor Animação em Curta Metragem e Melhor Documentário em Curta Metragem

Não assisti nenhum dos indicados, não tendo como opinar. 

3-22-Melhor Curta Metragem 

Assisti só ao excepcional “A Incrível História de Henry Sugar” (2023) de Wes Anderson no Netflix. Assim, como considero muito difícil de ser superado na categoria, é o meu predileto e o que acredito que vá vencer o Oscar.