segunda-feira, 29 de julho de 2019

Homenagem Aos 50 Anos de “Mulheres Apaixonadas” (1969) de Ken Russell, Um dos Clássicos do Erotismo na História do Cinema, Dentre Outros Temas Abordados .

1- Homenagem Aos 50 Anos de “Mulheres Apaixonadas” (1969) de Ken Russell, Um dos Clássicos do Erotismo na História do Cinema, Dentre Outros Temas Abordados. 













Sinopse 

Anos 20, Beldover, cidade mineira da Inglaterra. Ao se retratar dois interessantes casos de amor também é mostrado os relacionamentos, personalidades e modo de pensar de duas mulheres e dois homens. Gudrun Brangwen (Glenda Jackson) encara relacionamentos como algo de praxe, enquanto que sua irmã, Ursula Brangwen (Jennie Linden), vê o amor como algo puro e simples, uma ligação permanente. Gudrun se envolve com Gerald Crich (Oliver Reed), que é um proprietário de mina e encara um relacionamento como uma posse. Já Ursula se relaciona com Rupert Birkin (Alan Bates), um inspetor escolar que é o melhor amigo de Gerald e tenta definir o amor entre homem e mulher e entre homem e homem. Enquanto Rupert e Ursula têm um terno caso de amor, Gerald e Gudrun tem uma relação tempestuosa. Mas Rupert precisa de outro tipo de afeto.

Elenco de “Mulheres Apaixonadas”
Alan Bates (I)  Rupert Birkin
Alan Webb  Thomas Crich
Alex 'Alien' Russell
Barrie Fletcher  Miner
Brian (I) Osborne  Miner
Catherine Willmer  Mrs. Crich
Charles Workman  Gittens
Christopher Ferguson  Basis Crich
Christopher Gable  Tibby Lupton
Eleanor Bron  Hermione Roddice
Glenda Jackson (I)  Gudrun Brangwen
James Laurenson  Minister
Jennie Linden  Ursula Brangwen
Leslie Anderson  Barber
Michael Garratt  Maestro
Michael Gough (I)  Tom Brangwen
Michael Graham Cox  Palmer
Nike Arrighi  Contessa
Norma Shebbeare  Mrs. Brangwen
Oliver Reed (I)  Gerald Crich
Fonte: https://filmow.com/mulheres-apaixonadas-t5439/

Vide “Mulheres Apaixonadas”- Filme Completo – com legendas em espanhol,  no capítulo 2, item  6. 

“Mulheres Apaixonadas” é considerada uma das melhores adaptações da Literatura para o Cinema, no caso do livro homônimo de D. H. Lawrence, um dos mais polêmicos escritores da Literatura Universal.  

Ainda é tido como um dos filmes mais eróticos já realizados. 
Há uma sequência antológica, onde Gerald (Oliver Reed) trava uma luta corporal com Rupert (Alan Bates), ambos nus, com forte acento homoerótico, principalmente ao seu término. (Vide item 5 do capítulo 2 )














Como Pasolini, D. H. Lawrence era alérgico à sociedade industrial. 
Gerald, proprietário de Mina, vai sentir estas contradições na própria pele, além do fato de, ao contrário de Rupert, não saber o que fazer dos sentimentos homoeróticos que viu em si despertados.
Esses sentimentos associados ao fato de estar bastante confuso em relação ao que o atrai em Gudrun, uma mulher bastante libertária e provocadora nesta era de moral ainda vitoriana, vão conduzi-lo à um processo de autodestruição. 

Certos filmes tem o poder de mudar vidas e assim, indiretamente, o mundo muda, quando as pessoas passam o que sentem à outras. 
Tendo visto numa sessão de Cinema de Arte do Cinema do CTA ( Centro Técnico Aeroespacial de São José dos Campos) em 1975, saí completamente chapado com a força estética do filme e com o que, com dificuldade, chamamos de conteúdo, pois a rigor temos um amálgama de forma e conteúdo em toda obra de arte. 

Um grande amigo que também era gay, comungou do meu entusiasmo.

Mas ao me aproximar de “amigos” meus iteanos ( alunos do ITA como eu) integrantes do CASD ( Centro Acadêmico Santos Dumont), para o qual eu trabalhava no Jornal Mural, fazendo uma parte de Cultura sozinho, parte mais lida pelos alunos, de modo geral, do que a de Política  ( e me expunha bastante, em plena Ditadura Militar, pois era eu que o colocava em murais nos mais variados lugares do ITA), .........recebi de cara uma grande ducha d’água fria, que me marcou para sempre e não me senti nem um pouco à vontade para expressar minhas emoções. 

Este pessoal, autoproclamado de esquerda, fazia pilhéria de “Mulheres Apaixonadas”: 

“São dois burgueses tão entediados com a vida, que resolvem então $#@%¨&* .....”

Como se a homossexualidade numa pessoa não fosse algo imanente, com que se nasce e sim pudesse vir como simples produto do tédio, da preguiça. 

Assim duas lições ficaram para sempre:

1- Deveria encarar cada vez mais minha homossexualidade de frente. Negligenciar pode levar a um caminho de baixa estima e autodestruição. 

2- Sou atraído por ideais de justiça e de quebras de grandes desigualdades sociais, ditos de esquerda. Mas nunca me filiei a um partido político e sempre tive um pé dentro, um pé fora, pois sei como há pessoas de esquerda autoritárias, cegas, fanáticas, obtusas em relação aos costumes, homofóbicas etc. 

O que aprendi melhor mais tarde quando entendi Cuba e sua revolução pelos olhos do escritor Reinaldo Arenas,  através de seu essencial “Antes Que Anoiteça”(1992), Vide Capitulo 2, item  10, dentre outras obras e filmes.  













Alan Bates como alter-ego de D.H. Lawrence em "Mulheres Apaixonadas" (1969) de Ken Russell





2- Links e Matérias Associados.

1- “Mulheres Apaixonadas “  – Trailer 



Título original: Women in Love
País de produção: Inglaterra
Ano de produção: 1969
Gênero: Drama
Direção: Ken Russell
Elenco: Glenda Jackson, Alan Bates, Oliver Reed, Jennie Linden
Idioma: Inglês
Áudio: Dolby Digital 2.0
Legendas: Português
Formato de tela: Widescreen anamórfico 1.66:1
Tempo de duração: 131 min.
Região: 4
Cor: Colorido 

2- http://www.adorocinema.com/filmes/filme-3069/creditos/  - Créditos 

3- https://pt.wikipedia.org/wiki/Women_in_Love
“Mulheres Apaixonadas” – Wikipédia  

4- https://cultura.estadao.com.br/blogs/luiz-zanin/mulheres-apaixonadas/
Blogs 
Luiz Zanin
Cinema, cultura & afins
As informações e opiniões formadas neste blog são de responsabilidade única do autor.
Mulheres Apaixonadas       
Luiz Zanin Oricchio
11 de dezembro de 2011 

O diretor inglês Ken Russell (1927-2011), morto em 27 de novembro, teve com Mulheres Apaixonadas o seu primeiro “sucesso de escândalo”, como os franceses se referem a obras explosivas pelo lado polêmico. Revendo-se o filme, lançado agora em DVD, podem-se compreender os motivos. Tanto quanto uma adaptação deva ser fiel ao seu original literário, Mulheres Apaixonadas o é – pelo menos em relação ao espírito desta que é uma das obras mais conhecidas de D.H. Lawrence (1885- 1930).

Para compreendê-la, precisamos nos lembrar do quanto era puritana e falsamente moralista a Inglaterra do tempo de Lawrence. Questões da sexualidade eram empurradas para baixo do tapete e, quem se atrevia a trazê-las de volta à sala de visitas, como era o caso de Lawrence, via-se logo execrado pela moral média. Ele falava dessas coisas que não se dizem nos bons salões. No limite, se pensam, mas em nome do bom gosto, devem ser caladas. 

Lawrence punha tudo a nu – com a devida licença da expressão.
Russell, em plena explosão dos costumes do final dos anos 1960, começo dos 1970, retoma o texto e sua têmpera explosiva. Não traz a história para a o seu tempo contemporâneo, mas a deixa lá atrás, nos anos 1920. Faz um filme de época para contar a história de duas irmãs que se relacionam com dois amigos íntimos.

O cinema de Russell, já se sabe, é super saturado. De cores e de interpretações intensas, beirando o exagero; às vezes o grotesco. Não chega aqui ao paroxismo de Os Demônios, baseado em Aldous Huxley, mas passa perto. Mulheres Apaixonadas é intensamente erótico, paradoxal, assertivo. Por baixo da chamada fleuma britânica – um clichê antropológico como outro qualquer – encontra uma sociedade em brasas. Pegando fogo. Literalmente.
Glenda Jackson interpreta Gudrun, essa escultora fogosa. Sua irmã é Ursula (Jennie Linden), uma professora bastante mais convencional, ma non troppo. As duas se relacionam com dois amigos íntimos, Gerald (Oliver Reed) e Rupert (Alan Bates). Há, em especial por parte de Gerald, um desajuste em relação ao amor e ao desejo. Por vezes parece apaixonado por Gudrun; noutras, não pode amá-la. Mas também não suporta vê-la com um rival. O bicho homem é um paradoxo. Gerald encarna essa contradição. Do ponto de vista feminino, Gudrun é essa mesma ambivalência, simétrica, que vai da vontade de estabilidade à sua negação, o desejo da aventura. Essas tensões tornam o relacionamento explosivo.

Mas, claro, não são tanto as ideias em debate que fizeram a fama deste filme, mas algumas cenas francamente ousadas para a época, embora hoje, com a banalização da sexualidade audiovisual, não pareçam tão excepcionais assim. Mas, pela intensidade com que são vividas, em especial por Glenda Jackson e Oliver Reed, o ator-fetiche de Russell, ainda nos impressionam.

O filme ficou famoso também por uma longa sequência de luta entre os dois homens, completamente nus. Cenas de um realismo extremo, uma violência que confina com a ternura, em demonstração de amizade viril paradoxalmente marcada por uma pegada homoerótica. Se deu o que falar em 1969, essa sequência atravessa o tempo e se revela muito forte ainda hoje. Não envelheceu.

Como, de maneira geral, não parece de maneira nenhuma antiquada essa versão bastante calorosa do clássico de D.H. Lawrence. Talvez seja um dos pontos sólidos da carreira de Ken Russell, um contestador que teve seus altos e baixos, mas nunca deixou sua lâmina sem o gume afiado. Esteticamente, o filme não parece datado. E suas ideias continuam valendo. Ambientado na Inglaterra conservadora da década de 20 do século passado, ainda têm o que dizer para os pseudoliberais do início do século 21.

(Caderno 2)

5- Women In Love -- Wrestling Scene (1969)- A Luta Corporal entre Gerald (Oliver Reed) e Rupert ( Alan Bates ) 


6- https://www.youtube.com/watch?v=VwbovtEychM
“Mulheres Apaixonadas”- Filme Completo – Com Legendas em Espanhol. 

7- Alan Bates *




Tribute * 1934-2003 was an English actor who came to prominence in the 1960s, a time of high creativity in British cinema, when he appeared in films ranging from the popular children's story Whistle Down the Wind to the "kitchen sink" drama A Kind of Loving. He is also known for his performance with Anthony Quinn in Zorba the Greek, as well as his roles in King of Hearts, Georgy Girl, Far From the Madding Crowd, and The Fixer, in which he received an Academy Award nomination for Best Actor. In 1969, he starred in the Ken Russell film Women in Love with Oliver Reed and Glenda Jackson.

8- Still Dangerous – The Films of Ken Russell
When the dust has settled, and his envious detractors are long forgotten, Ken Russell may well be recognised as the greatest and most original of all British Filmmakers. – Alex Cox




9- http://ernestobabino.blogspot.com/2007/09/entrevista-ken-russell.html
Impure Film 
Artigos de Blog Sobre Cinema 
Terça-feira, 25 de setembro de 2007 
Entrevista: Ken Russell
(Optando pela tradução automática do espanhol, haverá erros inerentes a este processo)

10- https://pt.wikipedia.org/wiki/Reinaldo_Arenas
Reinaldo Arenas - Wikipédia  

11- https://pt.wikipedia.org/wiki/Antes_que_anochezca
“Antes Que Anochezca”- Wikipédia 

(Antes que Anochezca (publicado em português como Antes que Anoiteça) é um livro autobiográfico de autoria do escritor cubano Reinaldo Arenas, escrito no exílio, quando o autor já estava gravemente doente.

Publicado em 1992, o livro relata as transformações sociais em Cuba antes e depois da revolução de 1959. Perseguido por ser homossexual e não concordar com as regras para a produção cultural revolucionária na ilha, Arenas pretendeu escrever uma crítica à ditadura castrista.


Foi adaptado para o cinema em 2000, e seu autor foi interpretado por Javier Bardem — papel que lhe valeu uma indicação ao Oscar de Melhor Ator.)







12- http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2010/12/a-voz-incomoda-de-reinaldo-arenas-ressurge-20-anos-apos-sua-morte.html
A voz incômoda de Reinaldo Arenas ressurge 20 anos após sua morte
Agencia EFE

Carmen Sigüenza.

3- Este texto a seguir foi originalmente publicado no Facebook, mas como meus seguidores do Blog não são necessariamente da rede social e ainda para dar mais elementos sobre a grandeza da obra de Ken Russell, deixo ele gravado aqui.   

Amor Esculpido de Forma Selvagem 

“O Messias Selvagem” (1972) de Ken Russell 



Num período que antecede a primeira guerra mundial, Henri Gaudier (Scott Anthony) é um talentoso escultor de apenas 18 anos que vive na capital francesa, onde conhece a encantadora Sophie Brzeksa (Dorothy Tutin), uma mulher que almeja ser escritora, já bem madura, com aproximadamente o dobro da idade dele. 

Perdidamente apaixonado, o rapaz inicia um relacionamento platônico e emocionalmente intenso com a senhora polonesa. 
Ela começa a influenciar os trabalhos e a vida do artista, até que ambos decidem partir para Londres em busca de reconhecimento para suas obras, além da sobrevivência propriamente dita, seja como for.

Baseado no livro de mesmo nome de H. S. Ede, temos um autêntico filme autoral de Ken Russell.

Por ele, a relação sairia do platonismo, mas ela não quer. Diz que só se casará com ele, depois que for montada uma ampla exposição com sua obra. 

Temos aqui as extravagâncias que aparecem em muitos filmes do diretor/autor (uma das exceções é o clássico “Mulheres Apaixonadas" (1969), um filme relativamente plácido embora haja emoções turbulentas), mas estas têm muito a ver com a mente fervilhante de Henri. 

Há como um equivalente visual e sonoro para as grandes inquietações deste jovem e iconoclasta artista, já com falas messiânicas, “definitivas”, sobre arte e vida.

Mas Ken Russell é um cineasta bastante polêmico. Onde enxergo explosões de criatividade, como as sequências ao ar livre com Henri montado em estátuas, no Louvre sobre uma enorme escultura, lançando panfletos, ou até mesmo catando flores caídas numa linha de um trem que se aproxima etc, outros podem ver histeria narrativa. 

Nem só de neo-realismo, realismo, naturalismo e afins deve viver o Cinema. Fantasias de toda ordem, que não precisam ser escapistas (tendo muito o que dizer ) são muito bem vindas. 
Num plano maior temos filmes de Fellini. Num tom menor os de Tim Burton, Terry Gilliam, Serguei Paradjanov, alguns de Spielberg e o que está em questão: Ken Russell. 

Todos com seus universos bem particulares, autorais. 
Do que chegou até a mim, em termos de fortes fantasias integradas magnificamente às histórias, os pontos mais elevados de Ken Russell são o barroquíssimo “Os Demônios” (1971), com freiras histéricas de desejo pelo sacerdote Grandier ( Oliver Reed ), principalmente a irmã Jeanne ( Vanessa Redgrave), atribuindo-se tudo, comodamente, às artes do demônio e o lisérgico “Tommy” (1975), transposição da ópera rock homônima do The Who, com Roger Daltry como o protagonista. 

Mas Ken tem filmes bastante apreciáveis como “Delírios de Amor” (1970) onde Tchaikovsky (Richard Chamberlain), além dos seus tormentos interiores, sofre forte bulllyng da mulher Antonina ( Glenda Jackson) pela sua homossexualidade.
Assisti “O Messias Selvagem” em DVD da Magnus Opus (DVD Vídeo), comprado pelo Mercado Livre. 

A qualidade da imagem é muito boa. As legendas aparecem nos momentos certos. Pena que não tenham feito boa revisão: há muitos erros de concordância e gênero. Mas nada que impeça a fruição deste filme raro, que se não é uma obra-prima como “Mulheres Apaixonadas”, “Os Demônios”, é muito bom. 

As sinopses apresentadas não correspondem bem ao que vemos pois Sophie, ao modo dela, também tem sua “selvageria”. Não é propriamente nenhum exemplo de equilíbrio. 
O que acontece é que tudo se passa como se dois “desequilibrados”, à margem da sociedade, juntos, se equilibrassem. 


Savage Messiah (Ken Russell) 1972 – Trailer

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ken_Russell
Ken Russell – Wikipédia

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ken_Russell
Henri Gaudier Brzeska – Wikipédia - Vale a pena usar o recurso de tradução. 








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