O aprendizado fetichista- Um conto dos tempos modernos
1- “O Sucesso a Qualquer Preço” (Glengarry Glen Ross/EUA/1992) de James Foley, baseado em peça de David Mamet, filme paradigmático do meu conto.
Um dos maiores atores que o cinema americano já teve é Jack Lemmon, extraordinário tanto em comédias como dramas. Em “O Sucesso a Qualquer Preço” (Glengarry Glen Ross/EUA/1992) de James Foley, baseado em peça de David Mamet, temos um dos seus grandes desempenhos dramáticos, contracenando com o que ele mesmo reconheceu ser o melhor elenco de sua vida.
Numa firma de venda de imóveis o chefe Blake (Alec Baldwin) ameaça sem nenhuma cerimônia seus funcionários. O corretor que fizer melhores vendas ganhará um Cadillac dourado, o segundo lugar um conjunto de seis facas para churrasco, o terceiro o olho da rua. Shelley (Jack Lemmon), Ricky (Al Pacino), Dave (Ed Harris) e George (Alan Arkin) são os corretores que entram em competição acirrada, o que vai despertar neles as maiores torpezas, principalmente em Shelley que será capaz até de um roubo, tão preocupado que está com a perda do emprego por ter seriíssimos problemas de família.
Numa época de competitividade mais violenta ainda, com demissões em massa, com os processos de “reengenharia” não é preciso ter muita imaginação para imaginar quantas perversidades estão sendo praticadas por aí. Na “melhor das hipóteses” ouve-se falar em perda de direitos adquiridos para garantia de empregos, com empresários bastante assanhados para manter suas margens de lucros, mesmo diante de medonha crise.
O conto a seguir baseado numa história vivida por mim tem obviamente as muitas manhas da ficção e não pode ser encarado como autobiográfico. Posso dizer como Fellini que “minto, mas sou sincero”. Por outro prisma, tem fortes pontos de contato com o que estamos vivendo e com o filme citado. Com a insânia da privataria (termo cunhado pelo jornalista Elio Gaspari) avassaladora eleita na Argentina com Javier Milei agora no poder, o conto, escrito inicialmente nos anos 80, aqui revisto e ampliado, fica mais atual.
2- O aprendizado fetichista –Um Conto dos Tempos Modernos
A gente passa os últimos anos todos sonhando com a formatura e quando ela se avizinha nos sentimos como um doente terminal, numa caixa de sombras, à espera do último suspiro. Será que valeu a pena tanto esforço, concentração e estudos para digerir aquelas teorias econômicas todas que se atropelam diabolicamente, com um mínimo de consenso? A parte mais pragmática da economia (mais de acordo com essa mesquinha sociedade em que vivemos), sempre me repugnou um pouco. Nunca fui muito chegado a moedas, bancos, bolsa de valores, ações e outros bichos.
Eu me amarrava mesmo (e ainda me amarro?) em estudar as diversas escolas da economia e porque não confessar agora (mesmo sem nenhum torturador por perto...) o pensamento de Marx, aquele cuja mãe sabiamente sentenciou (como minha família parece me cobrar agora) “em vez de se dedicar a estudar O Capital, deveria ter se dedicado é a ganhá-lo”. Sim, eu gostaria de ser difamado agora de marxista, comunista. Sentiria até certo regozijo. Seria um prêmio por tanta pestana queimada. Mas não seria verdade. Ainda me faltam muitos estudos e uma vida prática que tenha com as ideias em mente um mínimo de coerência. Além do mais com tanta infâmia praticada em seu nome, nem Marx seria hoje marxista, quanto mais eu, um pobre-diabo que depois de quatro anos de estudo, mendigo a alguma instituição ou empresa que se digne conceder-me um emprego. O revolucionário aqui que “não tem parentes importantes e vindo do interior”, conforme Belchior, está com fome e anseia pela “sopa reacionária” conforme profetizou Millôr Fernandes.
Sinto-me ridículo ao debruçar-me neste computador para tentar elaborar o meu curriculum-vitae e enviá-lo a esta kafkiana empresa que anuncia sorrateira, num jornal o seguinte:
“Grupo Empresarial de Grande Porte procura:
Assistente de Planejamento
Recém-formados em Economia ou Engenharia para trabalho em análise e interpretação de dados estatísticos e de mercado, planejamento estratégico, análise financeira e montagem de modelos matemáticos de simulação.
Fornecemos treinamento, perspectiva de carreira, bom ambiente profissional. Só não aceitamos medíocres.
Os candidatos devem enviar e-mail com curriculum vitae e pretensões salariais para guaiba@uol.com.”
E eu, sob a luz deles, sou ou não medíocre?
Não! Eu não posso enviar um e-mail assim no escuro! Ou devo? Estou sabendo do que se trata. Um colega meu já mandou currículo para esse e-mail. Foi chamado e reprovado nos testes psicotécnicos. Este grupo empresarial de grande porte trata-se de uma multinacional de celulose: uma exportadora.
Este currículo já está quase pronto, só falta incluir agora aquele curso parcial de pós-graduação que fiz, paralelamente à faculdade, na famosa Academia Brasileira de Números.
Sem saber direito o que me aguardava o próximo ano sondei a possibilidade de ganhar a bolsa da prestigiada academia e ir levando a vida como “mão de obra hibernante”, fazendo pós enquanto não arrumasse um trabalho. Mas a minha passagem por aquela instituição deu-se como um cometa que singra o espaço e desaparece dos nossos olhos sem que as nossas retinas detenham uma imagem sequer.
No primeiro dia de aula senti-me tão à vontade quanto um índio numa reunião maçônica. A pose de sabichões, de rapazotes-prodígios daqueles meus colegas incomodava-me bastante. Como estava num território estranho, me assumi logo como ovelha-negra e deixei o barco correr. Não estava mais no reino das ideias e sim no das fórmulas milagrosas. A filosofia do Curso de Economia Matemática era curta, grossa e simples. “A economia é um corpo orgânico e tende sempre ao equilíbrio, movida por forças de mercado que devem atuar livremente”. Ninguém fazia a menor objeção e eu não sentia ambiente favorável para “levantar a lebre”.
Tínhamos que aceitar sem criticar que “cada um cuida de si e a mão invisível do Mercado cuida de todos”, segundo Adam Smith. Relativamente, prefiro a jocosa ideia de que “em épocas de crise, constrói-se pirâmides e as jogamos no mar...”
Assim com base nestes dogmas o jovem professor, um enfant-terrible que antes da curva dos trinta anos já era PHD pela famosíssima escola monetarista de Chicago, a qual legou à humanidade as mais brilhantes criaturas (depois de Hitler é claro!...), procurava então estabelecer modelos abstratos formulados em termos matemáticos para explicar “como os numerosos agentes que compõem a economia tomam decisões e como estas decisões são coerentes entre si...”
E eu que pensei que soubesse alguma coisa de matemática vi todos os meus pilares ruírem quando o mestre num virtuosismo ininterrupto desfilava matrizes e mais matrizes, determinantes e mais determinantes, de tudo quanto se possa imaginar. Todos permaneciam atenciosíssimos, os olhos vidrados. O professor perguntava se todos estavam acompanhando, ninguém manifestava a menor dúvida e eu, recolhido à minha insignificância, com medo de ser descoberto como um medíocre enrustido, mirei-me no exemplo daqueles gregos, os Sócrates e Platões redivivos, fazendo cara de quem estava aprendendo tudo.
Alegria! Num gesto ousado travei um diálogo com um colega num intervalo e descobri que eu não era o único que não estava entendendo patavinas daquelas elucubrações todas. Salve! Não iria mais amargar solitário a minha inferioridade. Passamos então a estudar juntos. Perdemos um sábado inteiro tentando desvendar um exercício proposto (não sabíamos nem o que mestre queria que provássemos) e descobrimos, estupefatos, que o problema já estava resolvido no livro texto, mas não o tínhamos achado porque estava tão dissimulado quanto um par de lentes de contato num imenso capinzal.
O mestre repisava que repisava as suas ferramentas prediletas: “Equações de Euler e Condições de Transversalidade”. Para ele a humanidade era dividida entre indivíduos amantes ou em clara oposição, avessos ao risco. Esses eram os conceitos básicos e não havia aula em que esse instrumental não fosse utilizado para demonstrar as mais mirabolantes relações, as quais convergiam milagrosamente para o tão sonhado “paraíso aqui e agora”, o magnânimo, transcendental, “estado ótimo de Pareto”, o apogeu com que toda sociedade de consumo sonha: “aquele estado em que dentro das limitações impostas, pelas condições de consumo e produção de cada um e pelos recursos totais da economia, não se pode satisfazer melhor as preferências de qualquer consumidor sem piorar aquelas de qualquer outro”.
Estava acabado o curso com fecho de ouro! Chegávamos todos ao final neste estado de Pareto, nossas ansiedades e avidez pelo consumo de economês tinham sido saciadas. Andávamos com a cabeça nas nuvens, leves como um pássaro, orgulhosos de tanta cultura assimilada e do dever cumprido. Nirvana total!
Ledo engano! Nós que pensávamos que a avaliação seria feita por uma série de exercícios já entregues, recebemos uma ducha de água fria: o professor marcava de supetão um exame oral para a semana seguinte!
Espanto! Emoção! Suspense! E se seja o que Deus quiser!
Na manhã fatídica o mestre chamou o infeliz que tinha o nome iniciado pela letra A e pediu-lhe que fosse ao quadro:
“Escreva as equações de Euler e as Condições de Transversalidade”.
A galera respirava com cautela e acompanhava o Armandinho a escrever, sereno, imperturbável, as relações que tinham o status de revelações de um oráculo moderno.
O mestre contemplou a lousa repleta de alfas, betas, gamas, pis, deltas, psis, ômegas e exclamou, também imperturbável, sem o menor esgar de emoções:
- Não é nada disso. O próximo! Bento por favor!
E aí veio uma sucessão de vergonhas expostas nua e cruamente perante todos. Pequenos reis a desfilarem a sua nudez sob os olhares perplexos e cúmplices dos demais. Na minha vez relaxei: nem tudo estava perdido...Ainda podia perder a vergonha... Ninguém sabia aquilo que consistia no ABC do curso, falávamos inglês pela sala de aula e corredores, mas não sabíamos conjugar o verbo To Be...
Ser e Não Ser, eis a questão...
A rigor, estaríamos todos reprovados, mas o mestre era muito bondoso, não deixaria os seus discípulos desamparados. Fez então as perguntas mais elementares possíveis à sua seleta plateia. Perguntou ao colega com quem eu compartilhava as perplexidades:
“Se eu elevar “e” ao número ao qual eu devo elevar e para obter “x” o que obtenho”?
Não! Não perguntou exatamente isso, mas algo parecido, uma variante mais sofisticada da “cor do cavalo branco de Napoleão”. Eu, calhorda, torcia no meu íntimo para que meu colega errasse e o professor passasse a pergunta pra mim, pois essa eu sabia!..
Dito e feito... Safei-me! Ao fim, passamos todos nós, numa ação entre amigos, com o conceito mínimo de aprovação! E o conceito do curso também foi salvo! Nenhum professor pode reprovar todo mundo. Este foi mais um Curso que fiz na vida, onde o professor fingia que ensinava e a gente fingia que aprendia.
Agora é só incluir no meu curriculum vitae esse fabuloso curso de Economia Matemática e todas as portas me serão abertas! Mesmo que tenha sido um curso de aproveitamento tendendo a zero...
Como alguém pode passar quatro meses dando aula para uma turma e não se preocupar se está sendo bem entendido? As suas interpelações esporádicas não tinham a menor força, eram simplesmente interrupções burocráticas, sem vida, sem sinceridade, destinadas simplesmente a fazer com que ele tomasse fôlego para prosseguir com o seu maníaco exibicionismo. “Olhem só quão gênio da Matemática e Economia eu sou” – nos insinuava a todo momento.
E como pudemos ser cúmplices desta farsa durante tanto tempo? Como pudemos representar tão bem assim? Onde arranjamos essa coragem, essa deslavada cara-de-pau? Como foi que aprendemos a arte do silêncio conveniente com tanta eficiência assim?
Do professor podemos compreender o porquê dos seus gestos: como poderia ler mais fundo os nossos olhos, desvendar as nossas angústias dissimuladas, entender as nossas almas retorcidas se aprendeu simplesmente a encarar os seres humanos como indivíduos avessos ao risco ou amantes do risco? Para ele o homem é uma utopia já digna da rabeira da História, o que conta a agora são os homens-hora, as forças-tarefas, prontas a se perderem a qualquer hora, a qualquer momento (basta um sinal) numa disputa mesquinha por um cargo, uma vaga qualquer, uma guerra contra um inimigo que lhes é imposto...
Ele sim, o compreendemos (ainda que não o justifiquemos), mas e a nós, como compreender a nossa capitulação precoce aos imperativos da lei da selva (ofertas, procuras e desencontros)?
O que seria da Física, da Química, se descobríssemos hoje que elétrons, prótons, nêutrons, neutrinos, não existem, que o átomo tem uma configuração completamente diferente desta que nos ensinaram? As leis físico-químicas todas que aprendemos cairiam por terra. É mais ou menos isso que sinto em relação a essa economia oficial, apoiada em dogmas discutíveis como “a possibilidade da existência de um equilíbrio numa economia caracterizada pela propriedade privada” ou então, repetindo, o mais fatídico “cada um cuida de si que a mão invisível do Mercado cuida de todos”.
Mas que equilíbrio é esse? Estes Economistas de mentalidade mecanicista que acreditam que a Economia funciona como os corpos da mecânica deveriam é ser mais coerentes com o seu “cientificismo” e levar em conta aquela lei da Termodinâmica que diz que “num sistema isolado a tendência espontânea é a desorganização, o aumento da entropia, da desordem...”
Esse curso que fiz não é um curso, é um fetiche. Certos casais só têm uma relação sexual satisfatória quando um dos parceiros apela para um fetichismo qualquer. Para uma relação sexual “normal” não haveria a necessidade do marido, por exemplo, colocar “aquelas meias de seda”, mas para ele há a necessidade imperiosa daquele elemento.
Num mercado de trabalho normal, não contaminado, não haveria necessidade de se incluir um curso como esse que fiz. É apenas um fetiche. Mas na vida dita prática torna-se imprescindível. Já pensou “Um Curso de Economia Matemática na Academia Brasileira de Números”? Que fetiche!
Pelo menos num aspecto, os diretores da Academia foram camaradas comigo: por meu curriculum na Economia, já no quarto ano de Faculdade já pude começar a Pós-Graduação e o que é melhor, ganhando bolsa do CNPQ, algo com o qual não se viveria sem grandes privações.
Estou aqui ultimando o meu currículo para ver se arrumo uma colocação numa multinacional de celulose, mas que madeira é essa? De onde, como, em que condições essa madeira é extraída?... Não será melhor não fazer perguntas?
Sim, vejo que poderei utilizar meus conhecimentos aprendidos no curso de pós-graduação precoce, que abandonei pela metade: de como ter diante de si inúmeras perguntas e mesmo assim se controlar e não fazer nenhuma... Estamos catedráticos nesta matéria!
É a mim que eles estão buscando! O homem certo no lugar certo! Objetivo? Maximizar os lucros! Meios? Não me diz respeito...
É. Pena que eu ainda seja um principiante. Com essa crise vai chover e-mails para lá. E tem gente com muito mais cursos fetichistas do que eu! Essa concorrência não é nada perfeita!...
Mas vamos mandar o currículo assim mesmo para ver que bicho vai dar, me pegar.
Vou enviar um e-mail polpudo, enfatizando os cursos todos que fiz, Estatística, Probabilidade, as línguas que falo ou arranho, escrevo ou leio, os estágios que fiz (será que serve o de caixa da Lojas Americanas?), com carinho especial pelo curso fatídico Academia Brasileira de Números.
Se depois de uma batelada de e-mails enviados aos mais recônditos estabelecimentos, não obtiver nenhuma “colocação”, só me restará apelar para aquele velho projeto da construção de um apiário no pequeno sítio do meu cunhado. Assim poderei extrair mais-valia de alguém (no caso as abelhas), sem a menor culpa, explorá-las até a última gota de mel.
Ou não seria melhor estudar como tantos para concursos públicos, mesmo que seja para as Forças Armadas? Agora até para Limpeza Pública se presta concurso...
E o pior é que nem tenho atrativos físicos o suficiente, para ser garoto de programa, para homens e mulheres, como um “Midnight Cowboy” tal e qual Jon Voight...
Mas mesmo que esta minha relação com Elenice já tenha dado o que possa dar, ainda mais porque sou gay, um casamento com comunhão de bens com ela cairia muito bem pois é de família bem rica...
Quem alavanca a carreira com aprendizados fetichistas pode me jogar pedras?
Nelson Rodrigues de Souza
3- Observações da Assim Chamada Vida Real
“Ou feia ou bonita, ninguém acredita na vida real” – Vida Real- Caetano Veloso.
As histórias reais que conto me parecem tão inacreditáveis que soam como ficção.
3-1 Com o tempo passei a considerar cada vez mais reacionária a Academia que abandonei, graças a Deus, pela metade. Certo dia encontro com colega de faculdade que sempre foi ligado aos movimentos políticos do Centro Acadêmico e ele estava cursando a Academia. Perguntei se estava gostando. Ele tergiversou, não respondendo. Argumentou que o Curso Completo seria um bom trampolim para um doutorado que gostaria de fazer nos EUA. Despedi-me e fui ao então Cine Palácio assistir “Chico Rei” de Walter Lima Jr, sobre um escravo que tinha sido rei na África, consegue alforria e passa a batalhar pela libertação de outros. Mas para quem acredita que Matemática não combina com Sentimentos, o que fiz não fazia o menor sentido.
Ps. Para quem se interessar:
https://www.youtube.com/watch?v=9GivAfRuC0M
Chico Rei- Com Antonio Pitanga, Paulo Augusto de Lima, Carlos Kroeber e grande elenco.
Capoteca - Biblioteca de capoeira Mestre Ray
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5.632 visualizações 20 de jun. de 2016
CHICO REI - Com Antonio Pitanga, Paulo Augusto de Lima, Carlos Kroeber e grande elenco.
"Chico Rei" 1985, rodado em Ouro Preto e Paraty, do gênero drama histórico, dirigido por Walter Lima Jr.
O personagem Chico Rei é uma lenda. Nascido no Reino do Congo, batizado com o nome de Galanga. No reino, era um monarca guerreiro e sacerdote do Deus Zambi- Apungo.
Conta a História de Rei Galanga, mais importante escravo das Minas Gerais. que conquistou sua liberdade e de seus companheiros, não pela revolta, luta e guerra, mas com a arma da sabedoria, sua inteligência, mostrando que quem é Rei sempre será Majestade!
3-2 Num Festival É Tudo Verdade, assisti o doc “Chicago Boys”/ 21ª Edição – 2016, de Carola Fuentes e Rafael Valdeavellan, sobre economistas com Doutorado na Escola Monetarista de Chicago que tinham trabalhado para o governo Pinochet. Além de estarem impávidos, sem emoção alguma, com os desastres praticados na Economia Chilena, principalmente na Educação e na Previdência, perguntados sobre o golpe contra Allende e os crimes e genocídios de Pinochet disseram que foram chamados para desenvolver a Economia e não para se envolverem com estes assuntos...
https://etudoverdade.com.br/br/filme/42087-Chicago-Boys
3-3 Alguém relativamente jovem que passou pela Academia Brasileira de Números ganhou um importantíssimo prêmio em Matemática, uma espécie de Nobel da área. Palmas para ele. Mas o espanto vem quando ele afirma sem corar que não lê livro algum, nem os de sua área. Preferia discutir as questões de trabalho que lhe interessavam com seus colegas de pesquisa. Pode alguém assim ser um bom cidadão? Só por milagre...
3.4 Já fiz concurso público para o Banco do Brasil. Levei bomba em Matemática pois nada de equações, logaritmos, matrizes e afins. Só contas de 9 algarismos e 9 números, para se fazer em exíguo espaço de tempo. Será que não sabem que quem gosta de Matemática, o que mais odeia fazer são contas, sem maquininhas? A impressão que me foi passada é que criaram dificuldades para todos, para selecionarem quem quisessem...
No concurso que fiz para a Caixa Econômica me deparei com um trambolho de máquina de escrever, enorme, modelo que nunca tinha visto antes. Até eu reaprender como tabular e outras coisas básicas, passou bastante tempo e não consegui copiar o texto proposto.
Quando pensei em fazer concurso para o BNDES me deparo com o regulamento. Por último se faria uma Prova de Investigação Sócio Econômica (sic) . Como me preparar para isto? Desisti. Não me desgastaria, tendo de estudar bastante até Contabilidade, que detesto. Não correria o risco de enfrentar uma "prova" com todo o jeito de ser “Quem indica?”.
3.5 Pensata Síntese Genial de José Saramago.
“A escolha não tem por que ser feita entre socialismos que foram pervertidos e capitalismos perversos desde a origem, mas entre a humanidade que o socialismo pode ser e a inumanidade que o capitalismo sempre foi “
José Saramago
Escritor Português, Prêmio Nobel de Literatura
Ps . Academia Brasileira de Números é uma fantasia irônica que criei para não comprometer a real que frequentei.