1- Os Melhores Filmes de 2020 /2021, Estreados em 2021, Vistos em 2021/janeiro de 2022 na Tela Grande, Em Serviços de Streaming ou DVD/Blue-Ray.
Só depois de tomadas as três doses de vacina, esperando ainda uns vinte dias, é que me senti à vontade para frequentar salas de cinema em horários e sessões com poucas pessoas, me valendo de máscara indicada por médico, cobrindo-a com outra.
Não nego que ficou um tanto sufocante, mas foi o preço a pagar com prazer. Outro inconveniente é que tinha que guardar meus óculos na bolsa, pois ficava com lentes embaçadas. Mas enxergo bem à distância tanto as imagens como as legendas. Eu que sempre fui e sou grande entusiasta de se assistir filme no Cinema. Mas bem que estes serviços poderiam sempre trazer também, no mínimo, a opção de alugar seus filmes, como faz o Youtube Filmes (às vezes este tem só opção de compra, ou as duas, mas tudo bem).
Aproveitando partes de textos que já escrevi na minha página.
A lista do Melhores em Ordem de Importância:
1- “Amor, Sublime Amor” (EUA-2021 “West Side Story”) de Steven Spielberg
Visto no Espaço Itaú de Cinema de Botafogo.
Só não afirmo que é um filme perfeito porque perfeição é uma abstração que não existe. A rigor, para quem tem fé, só Deus é perfeito. Mas por outro lado não consigo apontar um defeito sequer no filme, que é puro encantamento dos primeiros aos últimos planos.
Baseado no musical da Broadway de 1957, assim como o musical superpremiado de 1961 levado às telas por Robert Wise e Jerome Robbins, este “Amor, Sublime Amor” de agora traz mais autenticidade entre a guerra de gangues por um território que a Prefeitura com a mão pesada da polícia quer destruir para processos de gentrificação. E o que é uma gangue sem território?
De onde vem esta maior autenticidade? Se valendo de atores latinos ou de ascendência latina para todos os que fazem porto-riquenhos. Por mais que adoremos Natalie Wood, seria impensável hoje o que foi feito com ela: ser latinizada.
Inspirado por Romeu e Julieta de William Shakespeare já sabemos que a guerra entre Jets ( brancos) e sharks ( porto-riquenhos) vai acabar muito mal. Mas nem por isto deixamos de sentir grande prazer pela beleza de todas as músicas e danças, coreografias, cantos e interpretações dramáticas contundentes quando a dramaturgia pede, até mesmo em forma de músicas.
Foi uma empreitada de risco realizar este sonho pois "West Side Story" (1961) de Jerome Robbins e Robert Wise, com coreografias do primeiro, é um dos melhores musicais da História do Cinema, superpremiado com 10 Oscars, dentre outros grandes elogios.
Mas Spielberg soube se cercar de grandes talentos: Tony Kushner (do clássico da dramaturgia americana e universal "Angels in America") que já havia trabalhado com ele em "Munique" e "Lincoln"; o diretor de fotografias magistrais Janusz Kamiński, aqui com variada paleta de cores fortes, com luzes e sombras, bem diverso do trabalho feito em "A Lista de Schindler", com o preto e branco.
Spielberg manteve-se fiel ao score original com as músicas de Leonard Bernstein ( e orquestrações suas ) e letras de Stephen Sondheim, sem acrescentar nenhuma música nova, que seria uma tentação para ganhar Oscar de Canção Original.
Através de um novo coreógrafo, Justin Peck , manteve coreografias de Jerome Robbins.
E trouxe à tela o que deve haver de melhor em termos de atores jovens que cantam, dançam e representam na Broadway ou fora dela. Angel Elgart (Tony) e Rachel Zegler (Maria) são os apaixonados Romeu e Julieta desta história inspirada no clássico de William Shakeaspeare. Suas atuações, em todos os níveis, são inspiradas, excelentes e apaixonantes.
Mas como gostam de dizer, quem rouba cenas é a esfuziante e intensa, tanto nos cantos, como nas danças e nas sequências dramáticas Ariana DeBose (Anita).
O filme merece ser indicado a vários Oscars e ganhar muitos, incluindo Filme, Diretor e Roteiro Adaptado. Mas assim como Rita Moreno na versão de 1961 fazendo o mesmo personagem Anita, ganhou Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante, Ariana DeBose ficaria muito bem com esta estatueta.
Rita Moreno é uma das produtoras executivas do filme e tem nele um papel especial que é a personificação da sabedoria dos anos bem vividos, mesmo que em condições duras.
A rigor, precisaria rever o filme de 1961, mas a obra de Spielberg consegue o milagre de ser tão boa e traz temas como racismo, intolerância, transfobia, além da corrupção sistemática da polícia, processos de gentrificação que vão desalojar a todos ( por isto a polícia chega sempre atrasada, preferindo que as gangues se destruam), tudo tratado de forma bastante visceral e convincente.
E que movimentos de câmeras! A começar pelos letreiros iniciais, com destaque também para o desfecho.
Quando pensamos em gênios do Cinema, lembramos de Bergman, Fellini, Buñuel, Visconti, Chaplin, dentre outros. Mas não podemos esquecer de Steven Spielberg. Seu domínio de técnica e de narrativa são excepcionais, algo do outro mundo. E tem um faro especial para captar o gosto do público, mesmo com projetos bastante pessoais.
Só quem não gosta mesmo de musicais, não vai concordar que temos aqui um prodígio cinematográfico em todos os aspectos, equivalente a "Encurralado", "A Lista de Schindler", "O Resgate do Soldado Ryan", "O Império do Sol", "A Cor Púrpura", "Tubarão", "ET: O Extraterrestre", "AI: Inteligência Artificial", "Minority Report: A Nova Lei" etc. E mesmo que não sejam de total exceção Spielberg tem obras cativantes como "Prenda-me Se For Capaz", "Contatos Imediatos do Terceiro Grau", "Lincoln", "Ponte de Espiões"(com colaboração dos Irmãos Coen no roteiro), "Munique" etc. Como disse o roteirista brasileiro Leopoldo Serran ao assistir "Encurralado": "Que olho este cineasta tem!"
Sinopse: Sinopse: "Adaptado de um musical da Broadway, Amor, Sublime Amor conta uma história de amor e rivalidade juvenil que se passa na Nova Iorque de 1957. As gangues Jets, estadunidenses brancos, e os Sharks, descendentes e/ou porto-riquenhos, são rivais que tentam controlar o bairro de Upper West Side. Maria (Rachel Zegler) acaba de chegar à cidade para seu casamento arranjado com Chino (Josh Andrés Rivera), algo ao qual ela não está muito animada. Quando em uma festa a jovem se apaixona por Tony (Ansel Elgort), ela precisará enfrentar um grande problema, pois ambos fazem parte de gangues rivais; Maria dos Sharks e Tony dos Jets. Nesta história inspirada por Romeu e Julieta, os dois pombinhos precisarão enfrentar a tudo e todos se quiserem celebrar este romance proibido."-
Fonte: https://www.adorocinema.com/filmes/filme-227548/
https://www.youtube.com/watch?v=A5GJLwWiYSg
Steven Spielberg's "West Side Story" | Official Trailer | 20th Century Studios
Enfim, “Amor, Sublime Amor” (2020) é um filme genial de um diretor que é um dos gênios do Cinema, sem nenhum favor.
2- “Ataque dos Cães” (2021- “The Power of The Dog”) de Jane Campion. (Visto na Netflix)
Logo de início temos uma fala em off de alguém que narra ter perdido o pai, que agora precisa cuidar da mãe e vem à tona algo que não podemos esquecer ( “Que tipo de homem seria eu, se não ajudasse a minha mãe, se não a salvasse ?".
"The Power of The Dog" ( no Brasil com o título bem ruim "Ataque dos Cães"), é mais um filme bastante aclamado da neo-zelandesa Jane Campion de 2021, que ganhou, dentre outros prêmios, o de Melhor Direção em Veneza 2021.
Sinopse: "Ataque dos Cães conta a história de Phil (Benedict Cumberbatch) e George (Jesse Plemons), dois irmãos ricos e proprietários da maior fazenda de Montana. Enquanto o primeiro é brilhante, mas cruel, o segundo é a gentileza em pessoa. A relação dos dois vai do céu ao inferno quando George se casa secretamente com a viúva local Rose (Kirsten Dunst). O invejoso Phil fará de tudo para atrapalhá-los. No seu caminho tem o filho de Rose, Peter ( Kodi Smit-McPhee ) que pode ser definido assim: "clareza absoluta e mil ardis". "- Fonte: https://www.adorocinema.com/filmes/filme-274038/ ( e mais acréscimos meus-Nelson )
https://www.youtube.com/watch?v=ZwXNDdiSAsE
Ataque dos Cães | Trailer oficial | Netflix
O filme se passa em Montana 1925, onde dois irmãos tem grande fazenda com muito gado. Curiosamente Phil, aquele que teve curso universitário é que mais se dispõe a ser um macho típico que cuida de gado, um personagem de Western. Mas para tal há suas razões. O irmão é bem pacífico. Um problema do filme é que aborda bem menos ações/omissões deste personagem, George.
Mas o filme nos dá tanto com os outros três, seja de forma subentendida ( com olhares e gestos ) ou explícita ( como explosões de ânimo) que tudo isto preenche o filme de muitos significados e significantes.
O tema da masculinidade tóxica e o que pode estar por trás dela, poucas vezes foi tão bem tratado no Cinema e Phil que representa esta condição, ora sutilmente, ora de forma bem feroz, dá a seu intérprete Benedict Cumberbatch, seu melhor papel no Cinema que já vi e a temporada de premiações que está só começando reconhece isto, dando-lhe prêmio de Melhor Ator de 2021.
O último terço pode soar estranho. Mas só à primeira vista. Pensando bem, revela tudo o que estava submerso em todos os personagens.
https://www.adorocinema.com/filmes/filme-274038/criticas-adorocinema/
Ataque dos Cães
Desejos reprimidos em uma masculinidade problemática por Bruno Botelho Cotação: OBRA-PRIMA
https://www.adorocinema.com/noticias/filmes/noticia-161566/
Ataque dos Cães: Entenda a reviravolta sinistra no final do filme da Netflix
Por Bruno Botelho dos Santos — 3 de dez. de 2021 às 16:05
3- “Druk-Mais Uma Rodada” (2020- “Druk”- Dinamarca ) de Thomas Vintenberg ( Visto através de Blue-Ray da Versátil Home Vídeo )
No Brasil : "Druk- Mais Uma Rodada", sendo uma Produção de 2020 da Dinamarca, Suécia, Países Baixos de Thomas Vintenberg
No Original: "Druk". No Inglês: "Another Round"
Dentre vários Prêmios e Indicações, no 93º Oscar , 2021, o filme ganhou o prêmio de Melhor Longa-Metragem Internacional e também foi indicado para Melhor Diretor . Ele também ganhou o prêmio BAFTA de Melhor Filme Não em Língua Inglesa e Prêmio de Filme Europeu de Melhor Filme, sendo ainda indicado ao Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro .
Sinopse:” "Druk - Mais uma Rodada” é a história de quatro professores com problemas em suas vidas, testando a teoria de que ao manter um nível constante de álcool em suas correntes sanguíneas, suas vidas irão melhorar. De início, os resultados são animadores, porém, no decorrer da experiência, eles percebem que nem tudo é tão simples assim."-
https://www.youtube.com/watch?v=UoQ_HjPc874 - Druk: Mais Uma Rodada (2021) Trailer Legendado
Spoilers: Martin ( Mads Mikkelsen, em mais um grande trabalho no Cinema) dançando efusivamente, tomando banho de champagne etc, ao som de "What a Life" é um dos mais belos finais de filme já realizados. https://www.youtube.com/watch?v=ZIlMin1jUm8 - ANOTHER ROUND Dance WHAT A LIFE | Druk - Mads Mikkelsen Dance Scene Song Another Round Dance Video with the music of what a life movie soundtrack. The main song is from Scarlet Pleasure - What a Life. In this video we see Mads Mikkelsen dancing, the dance scene. He is invited by his friend to dance like in old movies.
Ingerir certa dose de álcool todos os dias até que dá resultados na relação entre professores e alunos. Mas o mal surge quando não resistem e se atrevem a aumentar a dose diária. Martin passa até a se afastar da mulher. Mas num golpe de mestre, no desfecho no filme, Thomas Vintenberg nos brinda com uma sequência que é uma das mais belas do Cinema, espantando a melancolia , que passou a impregnar todos os professores, principalmente um deles, que tirou a própria vida. Este não tem como se recuperar. Os outros sim. Principalmente Martin.
4- “Ilusões Perdidas” (2021-França -"Illusions Perdues”) de Xavier Giannoli (Visto na Mostra Varilux 2021 ( https://variluxcinefrances.com/2021/ )
O original é do gênio da Literatura Honoré de Balzac que nos legou um conjunto de obras grandiosas que chamou "A Comédia Humana", do qual "Ilusões Perdidas" faz parte. Mesmo com cortes de personagens secundários e situações, a adaptação ´de um calhamaço para um roteiro de 80 páginas, segundo o ator protagonista em entrevista, gerando um filme de 2 horas e 29 min., foi muito bem sucedida.
Temos um narrador onisciente em terceira pessoa, que complementa sequências, não soa redundante e traz um tanto da prosa de Balzac ao filme, além dos poemas lidos. Mas ao fim entenderemos melhor o porquê deste narrador, sendo ele identificado, mas não era difícil de adivinhar.
Uma frase se destaca, dentre tantas: "No Teatro da Vida os melhores lugares são reservados às piores pessoas".
O conjunto de atores não poderia ser mais adequado aos seus papéis e brilhantes: Benjamin Voisin (de "O Verão de 85" de François Ozon); Vincent Lacoste ( de "Amanda", "Conquistar, Amar e Viver Intensamente"); Xavier Dolan ( ator e cineasta de vários filmes premiados em Cannes, como "Mommy", "É Apenas o Fim do Mundo"); "Cécile de France" ( de "O Garoto da Bicicleta", "Um Lugar na Plateia"); Salomé Dewaels ( como a amante de bom coração, num universo todo corrompido).
Contando ainda com Gerárd Depardie ( de tantos clássicos e participações especiais como aqui ) e Jeanne Balibar, que trabalhou na adaptação de Balzac "A Duquesa de Langeais", conhecida também como "Não Toque no Machado", de Jacques Rivette, que já havia realizado a obra-prima " "A Bela Intrigante" (1991) baseado numa história curta de Balzac ( "A Obra-Prima Desconhecida”) e em três contos de Henry James, gerando um filme bastante contemplativo de três horas de duração, onde na maior parte do tempo vemos o pintor ( Michel Piccoli), seu trabalho e sua modelo ( Emmanuele Béart)..
É impressionante a grande atualidade do texto de Balzac. Tudo se passa como se mais do que comentar sua época, ecoasse com muita força no mundo de hoje, com o dinheiro corrompendo tanto, eleito como valor supremo e com as famigeradas fake-news que podem até mudar resultados de eleições, além de fazer pessoas lucrarem com isto. E ainda exercer influências em relação a valorizações de obras de arte, escritas ou não, criando-se artificialmente controvérsias, dentro do espírito “falem mal, mas falem de mim”.
Paris de Balzac é aqui e agora, principalmente nesta era tristíssima do abominável Bozo, até agora triunfante e ileso diante de tantas barbáries perpetradas. Não que antes dele não houvesse fake-news (lembremos dos Blogs sujos pagos com dinheiro público do PT etc...). Mas agora chegamos ao apogeu das mentiras e manipulações as mais descaradas.
Comentado assim, dá a impressão de que o filme é mais "conteúdo" do que Cinema. Grande engano, o filme trabalha muito bem a linguagem cinematográfica do começo ao fim. Há uma sequência em que o protagonista como que levita, tendo por baixo signos de poder ...etc. E o filme não tem nada de acadêmico. Tem figurino clássico. Há quem confunda isto, infelizmente.
https://www.adorocinema.com/filmes/filme-273621/creditos/
Vide Atores e Seus Respectivos Personagens.
Para mais detalhes sobre o filme vide:
https://variluxcinefrances.com/2021/filmes/ilusoes-perdidas/
ILUSÕES PERDIDAS
Illusions Perdues
Xavier Giannoli / 2021 / 2h29 / Drama, Histórico
Com: Benjamin Voisin, Cécile de France, Vincent Lacoste
Direção: Xavier Giannoli
Distribuição no Brasil: California Filmes
Sinopse: “Lucien ( Benjamin Voisin) é um jovem poeta desconhecido da França do século XIX. Ele tem grandes esperanças e quer escolher seu destino. Ele larga a gráfica de sua província natal para tentar a sorte em Paris, nos braços de sua protetora ( Cécile de France). Logo deixado por conta própria na fabulosa vila, o jovem rapaz vai descobrir os bastidores de um mundo condenado à lei do lucro e das falsidades. Uma comédia humana na qual tudo se compra e se vende, da literatura à imprensa, da política aos sentimentos, das reputações às almas. Ele vai amar, sofrer, e sobreviver às suas ilusões.”
Indicado para o Leão de Ouro no Festival de Veneza 2021 e outras duas categorias no Festival de Veneza
Xavier Giannolli
Diretor
Depois de estudar Letras, Xavier Giannoli foi jornalista antes de trabalhar em filmes como assistente de direção. Em 1993, dirigiu seu primeiro curta-metragem Le Condamné com Philippe Léotard e Christine Boisson, adaptado de um conto de Jean-Paul Dubois. Com François Cluzet e, especialmente, L’Interview (1998), que ganhou a Palma de Ouro de curta-metragem, assim como um César.
Dando continuidade ao seu ímpeto, Xavier Giannoli dirige em 2006 a dupla Cécile de France e Gérard Depardieu no comovente “Quando estou amando”, selecionado em Competição no Festival de Cannes, assim como “No princípio”, de 2009, inspirado por uma notícia que ocorreu no norte da França.
Xavier Giannoli voltou a dirigir em 2012 com “Superstar”, que acabou na seleção oficial do Festival de Cinema de Veneza. Apenas em 2015 o diretor dirigiu seu sexto filme, “Marguerite”, um longa-metragem histórico inspirado na cantora estadunidense Florence Foster Jenkins, que tinha a notável característica de cantar desafinado. Em 2017 lança “A Aparição”, um drama sobre um repórter cético convidado pelo Vaticano a investigar uma jovem que alega ter visto a Virgem Maria em pessoa.
5- “tick, tick...BOOM!” (2021) de Lin-Manuel Miranda
Assisti na Netflix uma delícia de filme que me lembrou uma música do Djavan: "Um doce descascado pra mim, eu guardo pro fim, para comer demorado".
Estava este tempo todo à mão e só no final de dezembro assisti "tick,tick...BOOM!"
O musical é uma confluência de vários talentos.
Temos "tick,tick...BOOM!" (2021) dirigido pelo exímio em musicais Lin-Manuel Miranda, com Andrew Garfield em estado de graça, sobre a vida de Jonathan Larson, antes de seu grande sucesso "Rent", roteiro escrito por Steven Levenson.
Logo de início sabemos que Jonathan Larson, (tão obcecado com a ideia de que, naquele 1990, os 30 anos estavam chegando, o relógio fazendo tick, tick e ele sem nenhum sucesso com o musical que escreve há 8 anos, se sustentando trabalhando numa lanchonete...) não vai viver para usufruir/saber do grande sucesso que foi seu musical "Rent", que da off-Broadway logo foi para a Broadway, ganhando vários prêmios importantes na área como o Tony e ficando em cartaz por uns 12 anos. (Spoiler mais forte) Na véspera da estreia off-Broadway Jonathan teve um aneurisma que lhe foi fatal.
O musical com que Jonathan se confronta há anos é uma ficção distópica, "Superbia", que ao seu modo prevê nosso mundo de pessoas dominadas por telas. Mas depois de várias barreiras, ele o apresenta com sucesso num workshop cheio de convidados importantes, incluindo Stephen Sondheim, contando também com a presença dos pais.
Bastante ansioso, Jonathan liga para sua empresária Rose e vai receber uma enorme ducha de água fria. O musical, cuja dedicação o fez se afastar da namorada Susan, não prestar atenção que o grande amigo Michael (ator que debandou para o mundo da publicidade) estava Hiv+ nos primórdios deste mal (quando não tínhamos os coquetéis de hoje), enfim sua obra economicamente, pelos recursos cênicos exigidos e de pessoas, seria muito caro para a off-Brodway e se levado nesta, não encontraria público disposto a pagar 50 dólares, pelas suas "esquisitices".
Rose o incentiva então a escrever um musical, depois outro, lançá-los contra a parede e ver o que acontece. E um conselho final: que escreva sobre o que conhece.
O grande barato é que ao mesmo tempo em que o filme nos conta a vida de Jonathan Larson, antes do big sucesso "Rent", havendo a grande ironia e tristeza que ele não viveu para ver isto, com que tanto sonhava, temos também histórias sobre a criatividade de várias músicas, que pode envolver uma relação amorosa sendo desfeita, uma visita à arena shakeaspereana do Central Park, a ida a uma piscina ( onde no fundo ele vê os fatídicos 30 anos, o dissolve e depois vê pautas musicais) etc...
Para tal resultado contamos com a brilhante e carismática atuação de Andrew Garfield, um ator em estado de Graça, uma generosa disponibilidade de outros artistas cantores, a direção magnética de Lin-Manuel Miranda ( festejado autor, diretor e ator de "Hamilton", mega-sucesso na Broadway no novo milênio, levado ao Cinema, filmado do palco, em catálogo da Disney + ), as músicas e letras de Jonathan Larson e uma excelente montagem, alternando com rapidez vida e arte, arte e vida, que se confundem, algumas vezes.
Jonathan Larson escreve o monólogo "tick, tick...BOOM! que faz relativo sucesso (mudando o título sucessivas vezes) e depois retoma sua peça "Rent" que estreia em 1995. Nos anos 2000 "tick, tick...BOOM!" foi atualizada, retomada para os palcos e inspirou o filme.
https://www.youtube.com/watch?v=YJserno8tyU
tick, tick...BOOM! | Official Trailer | Netflix
Netflix
Pulitzer Prize and Tony Award winner Lin-Manuel Miranda makes his feature directorial debut with tick, tick…BOOM!, an adaptation of the autobiographical musical by Jonathan Larson, who revolutionized theater as the creator of Rent. The film follows Jon (Academy Award nominee and Tony Award winner Andrew Garfield), a young theater composer who’s waiting tables at a New York City diner in 1990 while writing what he hopes will be the next great American musical. Days before he’s due to showcase his work in a make-or-break performance, Jon is feeling the pressure from everywhere: from his girlfriend Susan, who dreams of an artistic life beyond New York City; from his friend Michael, who has moved on from his dream to a life of financial security; amidst an artistic community being ravaged by the AIDS epidemic. With the clock ticking, Jon is at a crossroads and faces the question everyone must reckon with: What are we meant to do with the time we have?
tick, tick…BOOM! stars Academy Award nominee & Tony Award winner Andrew Garfield, Alexandra Shipp, Tony Award nominee Robin de Jesús, Tony Award nominee Joshua Henry, Emmy Award nominee Mj Rodriguez, Emmy Award winner Bradley Whitford, Tariq Trotter aka Black Thought of The Roots, with Emmy and Tony Award winner Judith Light, and Vanessa Hudgens. The film is written by Tony Award winner Steven Levenson, and produced by Brian Grazer and Ron Howard for Imagine Entertainment, Julie Oh, and Lin-Manuel Miranda.
Sinopse
Em “tick, tick…Boom!”, Jon (Andrew Garfield) é um jovem compositor que trabalha como garçom em Nova York, enquanto sonha em escrever um grande musical americano que vai o levar ao estrelato. Quando seu colega de quarto aceita um emprego corporativo e está prestes a se mudar, próximo ao seu aniversário de 30 anos, Jon é tomado pela ansiedade de que seu sonho é irreal e não vale a pena continuar lutando. Fonte: https://www.adorocinema.com/filmes/filme-266350/
https://www.cineset.com.br/critica-tick-tick-boom-andrew-garfield/
‘TICK, TICK… BOOM!’: LIN-MANUEL MIRANDA DRIBLA RESISTÊNCIAS AO MUSICAL EM GRANDE FILME
Postado por Rebeca Almeida | nov 26, 2021 | Críticas
"Rent" é um musical que me é muito caro, pois foi o primeiro que assisti na Broadway, quando fui a Nova York em 1998. Como tratava de moradores boêmios vivendo em condições precárias, enfrentando a pobreza, a luta por aceitação, as doenças como o Hiv+ ( ainda bastante letal) e que ainda tinham que se preocupar com situações de despejo, pelas exigências de aluguéis... do lado de fora do Teatro já começava o espetáculo, com paredes decadentes, descascadas e com tijolo aparente, combinando com os cômodos insalubres que havia dentro.
Ps1. O filme "Rent" realizado, numa primeira visão não me impressionou. Preciso rever. Está no catálogo do Youtube Filmes, assim como a montagem teatral. Mesmo contando com parte do elenco da peça, comentam que a escolha de Cris Columbus para dirigir não foi boa.
Ps2. Não sou tão fã de rock como gostaria (claro que os Beatles, The Queen ( Freddie Mercury), são umas das grandes exceções). Guitarras às alturas me exasperam. Também não sou tão fã de óperas. Só conhecer o libreto e não saber o que cantam, me cansa. Gosto mais de árias.
Mas adoro mesmo são as chamadas óperas-rock como "Jesus Cristo Superstar", "Evita", "Tommy", "Hair" e os trabalhos de Jonathan Larson, como "Rent" e este “tick,tick...BOOM!”, dentre outros.
6- “A Crônica Francesa” (2020- “The French Dispatch") de Wes Anderson
Enquanto há os que desprezam, sou daqueles que adoram a marca autoral de Wes Anderson, que é contar várias histórias, numa plêiade de astros, onde alguns tem mais destaque e outros estão no filme pelo prazer de trabalhar com Anderson e ter uma participação especial curta mas significativa, como acontece com Willen Dafoe aqui. E claro, a beleza das construções quase que simétricas de muitos planos.
Sinopse
"O filme dá vida a um conjunto de histórias da última edição de uma revista americana, publicada numa cidade francesa fictícia, do século XX. Por ocasião da morte do seu amado editor Arthur Howitzer Jr., nascido no Kansas, a equipe das Crónicas de França, uma revista americana de ampla circulação, com sede na cidade francesa de Ennui-sur-Blasé, reúne-se para escrever o seu obituário. Memórias de Howitzer fluem para a criação de quatro histórias: um diário de viagem das seções mais sórdidas da própria cidade do O Repórter Ciclista; “A Obra-Prima Concreta”, sobre um pintor criminalmente louco, o seu guarda e a sua musa, e seus vorazes negociantes; “Revisões a um Manifesto”, uma crónica do amor e da morte nas barricadas no auge da revolta estudantil; e “A Sala de Jantar Privada do Comissário de Polícia”, um conto de suspense sobre drogas, rapto e jantares chiques." Fonte: encurtador.com.br/jkmIS
https://www.youtube.com/watch?v=OjTEmaOmwVI
A Crônica Francesa | Trailer Oficial Legendado
https://www.omelete.com.br/filmes/criticas/a-cronica-francesa-critica-filme
A Crônica Francesa é Wes Anderson mais estetizado e mais político
Em seu décimo filme, cineasta faz balanço sobre arte e visão de mundo
Marcelo Hessel 11.2021
21h46
(“A Crônica Francesa” (The French Dispatch) de Wes Anderson é uma carta de amor aos jornalistas. Ambientado na redação de uma revista americana em uma cidade fictícia francesa do século XX, o filme apresenta uma coleção de histórias publicadas na The French Chronicle, a revista em questão. Fonte: https://www.adorocinema.com/filmes/filme-269684/
Escrito e dirigido por Wes Anderson, o filme é estrelado por Benicio del Toro, Frances McDormand, Jeffrey Wright, Adrien Brody, Timothée Chalamet, Léa Seydoux, Tilda Swinton, Mathieu Amalric, Lyna Khoudri, Stephen Park, Owen Wilson e Bill Murray. Wes Anderson, Steven Rales e Jeremy Dawson são os produtores do longa.)
Reconheço que são muitas histórias para se acompanhar e pode haver irregularidades. Mas numa segunda visita como fiz ao filme, o que era opacidade passou a ser transparente. E poderemos, justificados pela beleza do filme, empreender outras revisões, onde o filme se mostrará mais rico ainda.
Eu fico pasmo com pessoas que se dizem amantes de cinema, assistem um filme empenhado artisticamente e já querem entender tudo numa primeira visão. Quem disse que filmes são planejados para ser vistos só uma vez?
Com “A Crônica Francesa” aconteceu o mesmo que ocorreu com muitos outros filmes na minha vida como "O Ano Passado em Marienbad", "Hiroshima, Mon Amour", "Fellini 8 e 1/2", "Cidade dos Sonhos", "Um Corpo Que Cai", "Persona", "Blade Runner", "Apocalipse Now", "Querelle", dentre tantos outros, bem melhores com as revisões sucessivas ou até uma só revisão, já enriquecendo bastante minha visão sobre eles.
É claro que existem os filmes que se entregam de cara como grandes obras como "Sunset Boulevard-Crepúsculo dos Deuses" de Billie Wilder, mas estes com revisões se tornam ainda mais ricos, como aconteceu com este, num curso que fiz de roteiro, analisado por partes e revisto em casa e na Tela Grande.
Assim, nesta minha fase da vida estou mais propenso a ver e rever filmes (seja em DVD ou na Tela Grande, ou ainda em streaming ), do que a abraçar toda filmografia colocada no Mercado de Exibição e em variadas mídias. Claro que para minhas escolhas me valho das minhas experiências, leituras e intuições.
Mas pode haver certas temas que dependendo do momento em que vivemos se imponham. Como vivemos numa era de nazifascimo triunfante e impune, fiquei com vontade de rever "Vinceri"(2009) de Marco Bellocchio, sobre a ascensão de Mussolini e a história de uma mulher importante em sua vida, que muito o ajudou e ele abandonou com um filho, de forma que ela enlouquece, ou melhor, é enlouquecida. Como resultado desta revisão tivemos a postagem anterior.
Tenho uma coleção fabulosa de filmes em DVD aqui em casa, que não para de crescer. Sempre dou um jeito para guardar onde saiba onde está. Muitos destes filmes verei ou serão revistos ( como estou fazendo com a Filmografia dos Irmãos Coen ultimamente).
Já tem meu lado de colecionador que namora os filmes. E quanto bato os olhos na capa de um DVD e na Sinopse atrás, o filme vem à minha cabeça, algo que não aconteceria a seco mais facilmente. Assim, muitos não verei. Mas contextos podem me levar a querer rever/assistir um determinado filme e é muito bom que eu o tenha em casa.
7- “Meu Pai” (2020- “The Father”) de Florian Zeller
Através de DVD comprado da Versátil Home Vídeo (que lançou também versão alentada em Blue-Ray ) assisti enfim "Meu Pai" (2020, "The Father), primeira direção no Cinema do dramaturgo francês Florian Zeller.
Quando escreveu sua peça "Le Pére", Florian tanto já pensava em Anthony Hopkins para o protagonista que o chamou de Anthony.
Florian fez um roteiro em francês de sua peça de 2012 e num trabalho conjunto com o experiente Christopher Hampton, passou para o inglês. Uma vez conseguido os produtores, logo pensou em Olivia Colman para a filha, pois a considera, não sem razão, a melhor atriz do Reino Unido hoje.
Mas qual o grande diferencial de "Meu Pai" em relação a outros filmes sobre demência como "Amor" de Michael Haneke, "Longe Dela" com estupendo trabalho de Julie Christie, dentre outros?
Em "Meu Pai" temos a demência como ela é sob o ponto de vista de quem a sofre e sofremos junto com este sofredor. Assim acontecimentos que presenciamos como a informação de que a filha vai se mudar de Londres para Paris com novo companheiro e precisa que o pai aceite enfim uma cuidadora, depois de muitas rejeições, pode ser desmentida depois. Os cenários tanto podem representar o apartamento onde Anthony vivia, como o que é da filha, que o trouxe para morar junto, etc... etc...
Há tantos elementos a se admirar que talvez não demos conta numa única visão do filme, principalmente do grande trabalho de direção de arte que é realizado, bem como de direção e de escolha de elenco fabuloso, com grandes atores em pequenos mas importantes papeis.
Mas o que é mais impressionante é a total entrega de Anthony Hopkins ao seu Anthony em variados graus da demência, onde pode ser tanto agressivo em diferentes graus, como divertido, inventando um sapateador que ele não é. Sua profissão, segunda a filha, era engenheiro.
Anthony Hopkins ganhou com este papel, merecidamente, seu segundo Oscar de Melhor Ator em 2021. Seria uma grande injustiça que isto não acontecesse, pois temos aqui uma das melhores interpretações da História do Cinema.
O filme também venceu o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado e foi aclamado pela crítica, de modo geral.
Confira: https://pt.wikipedia.org/wiki/The_Father
https://www.youtube.com/watch?v=Q3gwGczmZk0
Meu Pai (2021) Trailer Legendado
Sinopse
Em “Meu Pai”, um homem idoso recusa toda a ajuda de sua filha à medida que envelhece. Ela está se mudando para Paris e precisa garantir os cuidados dele enquanto estiver fora, buscando encontrar alguém para cuidar do pai. Ao tentar entender suas mudanças, ele começa a duvidar de seus entes queridos, de sua própria mente e até mesmo da estrutura da realidade. Fonte: https://www.adorocinema.com/filmes/filme-273981/
https://cinemacomrapadura.com.br/criticas/596816/critica-meu-pai-2020-o-triste-sentido-da-vida/ -Cotação 9,5 / 10
https://www.omelete.com.br/filmes/criticas/meu-pai-critica
Meu Pai constrói confusões em retrato cortante da demência
Florian Zeller coloca público na visão do protagonista, evocando empatia em uma situação familiar para muitos -JULIA SABBAGA -25.02.2021-14h41
- The Son | Hugh Jackman e Laura Dern irão estrelar novo filme de Florian Zeller, de “Meu Pai”
8- “Shadow” (2021- “Shadow”) de Zhang Yimou.
Filme produzido em 2018, mas lançado no Brasil só em 2021. Visto em aluguel da Now, mas existe outras possibilidades como o Youtube Filmes. Mais fontes ainda constam de link da Filmelier mais abaixo.
Zhang Yimou volta aqui a realizar um filme majestoso e épico como seu belíssimo “O Clã das Adagas Voadoras” e num grau menor “Herói”. Filme colorido onde há realce para cores cinzentas, chovendo nos exteriores o tempo todo, temos aqui o tema da Sombra de um comandante, mas se em alguns aspectos se aproxima de Akira Kurosawa, o desenvolvimento da história da Sombra será bem diverso do que vemos em “Kagemusha- A Sombra do Samurai”.
Há também em “Shadows” com suas estratégias traçadas e lutas pelo poder, elementos que nos remetem a Shakeaspeare, principalmente no epílogo da história, ou melhor histórias.
As lutas de guarda-chuvas com lâminas e sabres na chuva intermitente, com personagens deslizando nas águas, proporcionam efeitos especiais e dramáticos extraordinários.
Sinopse:
Ambientado durante a era dos Três Reinos da China (220-280 DC). A história de um grande rei e seu povo, que serão expulsos de sua terra natal e vão tentar recuperá-la. O rei, violento e ambicioso, de métodos e motivos misteriosos; seu general, um visionário que anseia por vencer a batalha final, mas precisa preparar seus planos em segredo; as mulheres do palácio, que lutam para encontrar a redenção em um mundo onde não têm lugar; e um plebeu chamado “Senhor de todo o mundo”, serão os personagens que virarão as forças inexoráveis desta história.
https://www.youtube.com/watch?v=vWRuHO2HRZ0
SHADOW | Trailer Legendado
Fonte: https://www.filmelier.com/br/film/15903/shadow
Por que assistir a este filme?
'Shadow' é um filme de paciência. Bastante estilizado, usando uma escala de cinza para compor cenários e figurinos de maneira proeminente, o longa-metragem do diretor Zhang Yimou ('Herói', 'O Clã das Adagas Voadoras') se vale de uma história que vai fluindo aos poucos, como um rio calmo na planície. Exige perseverança do espectador, que pode cansar com a primeira metade, com muito drama, conversas e estratégias políticas da China Antiga. Na segunda metade, porém, quando começam as guerras e a história engrena, o filme toma um ar épico marcante -- mas sem deixar o bom roteiro e, principalmente, a estilização de lado. O yin-yang, símbolo usado o tempo todo nas cenas do filme, mostra bem o que Zhang quis fazer por aqui: um filme equilibrado, buscando aparar os excessos o tempo todo, em que história se mistura com ação, estilo com narrativa, drama com intensidade. Filme bom para passar o tempo e, também, para entender melhor sobre a história da China de outros tempos.
Matheus Mans- Editor do Filmelier
Cenas de 'Shadow' têm jorros de sangue e adrenalina espetaculares
Entender o filme, de Zhang Yimou, é uma proposta estéril e, por isso, é melhor estabelecer uma relação sensorial com a obra
11.ago.2021 às 14h00 -Thales de Menezes – Cotação : 5 estrelas
9- “Duna” (2021-“Dune-Parte 1”) de Denis Villeneuve
https://www.youtube.com/watch?v=dnBpZuSUISQ
Duna | Trailer Principal Oficial - Legendado
Warner Bros. Pictures Brasil
O cineasta indicado ao Oscar, Denis Villeneuve (“A Chegada”, “Blade Runner 2049”), dirige Duna, adaptação para o cinema do best-seller seminal de Frank Herbert, uma produção da Warner Bros. Pictures e Legendary Pictures.
Sinopse
Uma jornada do herói mítica e emocional, Duna conta a história de Paul Atreides, jovem talentoso e brilhante que nasceu com um destino grandioso, para além até da sua própria compreensão, e precisa viajar ao planeta mais perigoso do universo para garantir o futuro de sua família e de seu povo. Enquanto forças malévolas levam à acirrada disputa pelo controle exclusivo do fornecimento do recurso mais precioso existente no planeta - capaz de liberar o maior potencial da humanidade, apenas aqueles que conseguem vencer seu medo vão sobreviver.
( Duna é estrelado pelo ator indicado ao Oscar Timothée Chalamet (“Me Chame Pelo Seu Nome”, “Adoráveis Mulheres”), por Rebecca Ferguson (“Doutor Sono”, “Missão: Impossível - Efeito Fallout”), Oscar Isaac (franquia “Star Wars”), pelo ator indicado ao Oscar Josh Brolin (“Milk: A Voz da Igualdade”, “Vingadores: Guerra Infinita”), por Stellan Skarsgård (série da HBO “Chernobyl”, “Vingadores: Era de Ultron”), Dave Bautista (“Guardiões da Galáxia”, “Vingadores: Ultimato”), Stephen McKinley Henderson (“Um Limite Entre Nós”, “Lady Bird: A Hora de Voar”), Zendaya (“Homem-Aranha: Longe de Casa”, série da HBO “Euphoria”), Chen Chang (“O Tigre e o Dragão”), David Dastmalchian (“Blade Runner 2049”, “Batman: O Cavaleiro das Trevas”), Sharon Duncan-Brewster (“Rogue One: Uma História Star Wars”, série da Netflix “Sex Education”), pela atriz indicada ao Oscar Charlotte Rampling (“45 Anos, “Assassin's Creed”), por Jason Momoa (“Aquaman”, série da HBO “Game of Thrones”) e pelo vencedor do Oscar Javier Bardem (“Onde os Fracos Não Têm Vez”, “007 - Operação Skyfall”).
Dennis Villeneuve dirigiu Duna a partir do roteiro coescrito com Jon Spaihts e Eric Roth, baseado no romance homônimo escrito por Frank Herbert. O filme é produzido por Mary Parent, Cale Boyter, Joe Caracciolo Jr. e Villeneuve. Os produtores executivos são Tanya Lapointe, Joshua Grode, Herbert W. Gains, Jon Spaihts, Thomas Tull, Brian Herbert, Byron Merritt e Kim Herbert.
Na equipe de produção, o diretor voltou a trabalhar com o desenhista de produção Patrice Vermette (“A Chegada”, “Sicario: Terra de Ninguém”, “A Jovem Rainha Vitória”) e o editor Joe Walker (“Blade Runner 2049”, “A Chegada”, “12 Anos de Escravidão”), ambos com duas indicações ao Oscar; o supervisor de efeitos especiais Paul Lambert (“O Primeiro Homem”, “Blade Runner 2049”), vencedor de dois prêmios Oscar; e o supervisor de efeitos especiais vencedor do Oscar, Gerd Nefzer (“Blade Runner 2049”). Em Duna, Dennis Villeneuve colabora pela primeira vez com o diretor de fotografia indicado ao Oscar Greig Fraser (“Lion: Uma Jornada para Casa”, “A Hora Mais Escura”, “Rogue One: Uma História Star Wars”); a figurinista Jacqueline West (“O Regresso”, “O Curioso Caso de Benjamin Button”, “Contos Proibidos do Marquês de Sade”), indicada três vezes ao Oscar; o cofigurinista Bob Morgan; e o coordenador de dublês Tom Struthers (trilogia “Batman: O Cavaleiro das Trevas”, “A Origem”). O compositor Hans Zimmer (“Blade Runner 2049”, “A Origem”, “Gladiador”, “O Rei Leão”), vencedor do Oscar e com diversas indicações ao prêmio, é o responsável pela trilha sonora.
A Warner Bros. Pictures e a Legendary Pictures apresentam Duna, uma produção da Legendary dirigida por Denis Villeneuve. )
“Duna” poderá ser bem melhor avaliado quando conhecermos a segunda parte a ser filmada, pois existem atores como Zendaya, aqui pouco exigidos, que prometem comparecer com peso na parte 2.
Mesmo incompleto, o que se vê é magnífico, suntuoso. Comprei o filme do Youtube Filmes e já vi duas vezes, cada vez mais entendendo melhor as forças em jogo e o poder da tão disputada especiaria que sendo um alucinógeno pode criar condições para os seres fazer viagens interestelares e ganhar muito dinheiro com isto, dentre outros efeitos.
Timothée Chalamet, que não ficou bem como alter-ego de Woody Allen em “Um Dia de Chuva em Nova York”, aqui está excelente como o jovem que vai descobrindo através de sonhos e embates reais, que é predestinado para ter maior controle sobre a especiaria, chegando a ter momentos em que até se revolta contra a mãe, por lhe trazer tais responsabilidades.
Dennis sabe que vai lidar com espectadores que leram e os que não leram a obra de Frank Herbert. Assim consegue um bom equilíbrio em passagens didáticas para os que não leram, sem deixar de ousar na narrativa para satisfazer os que leram e tem “Duna” como obra icônica da ficção científica.
https://www.planocritico.com/critica-duna-com-spoilers/
Crítica | Duna | (Com spoilers )
A introdução ao fardo.
por Kevin Rick -24 de outubro de 2021- Cotação: Ótimo
10- “Judas e o Messias Negro” (2021- “Judas and the Black Messiah”) de Shaka King.
Assisti através de aluguel da Now.
“Judas e o Messias Negro” é um filme que Spike Lee assinaria com prazer. Como há muitos filmes de Lee que não chegaram ao Brasil, não sei se ele fez ficção ou doc sobre os Panteras Negras nos anos 60, no nível deste filme de agora. O que podemos dizer, com certeza, é que “Judas e o Messias Negro” complementa a filmografia de Spike Lee sobre a condição de nascer negro nos EUA e por tabela, em outros países, como o Brasil, onde também grassa o racismo e a violência policial em pleno 2022.
Sinopse/ Trailer :
Judas e o Messias Negro é a história de ascensão e queda de Fred Hampton (Daniel Kaluuya), ativista dos direitos dos negros e revolucionário líder do partido dos Panteras Negras. Um jovem proeminente na política, ele atrai a atenção do FBI, que com a ajuda de William O’Neal (LaKeith Stanfield) que, com contas a prestar à Justiça, é anistiado desde que se infiltre nos Panteras Negras e causando o assassinato de Hampton. Fonte: https://www.adorocinema.com/filmes/filme-271878/ ( com acréscimos meus-Nelson )
https://www.adorocinema.com/filmes/filme-271878/criticas-adorocinema/
Judas e o Messias Negro - Para além do mártir e do vilão por Barbara Demerov
Cotação 4/5
http://salacritica.com.br/2021/04/20/judas-e-o-messias-negro-critica/
20 de abril de 2021
Crítica de Judas e o Messias Negro (Judas and the Black Messiah)
Ano: 2021
Direção: Shaka King
Roteiro: Will Bearson, Shaka King
‘Judas e o Messias Negro’: Daniel Kaluuya vence o prêmio de Melhor Ator Coadjuvante no Oscar 2021
Por Thiago Nolla -25 de abril de 2021
11- “Não Olhe Para Cima” (2021- “Don’t Look Up”) de Adam Mckay (do catálogo da Netflix)
Guardadas as devidas proporções ( porque Stanley Kubrick é um dos grandes gênios do Cinema e Adam McKay está longe de ser ), "Não Olhe Para Cima!" ("Don't Look Up"-2021) de McKay é uma comédia dramática sarcástica ao extremo, que envolve apocalipse e relapsos de toda ordem, que nos remete a "Dr. Strangelove ou: Como Aprendi a Parar de Me Preocupar e Amar a Bomba" (1964) de Kubrick, onde temos Peter Sellers fazendo três papéis: o sinistro personagem do título que é um cientista maluco com partes do corpo mecânicas, um presidente obtuso e um militar que entra na vibe de seu superior também descontrolado.
Em ambos os filmes devido ao forte sarcasmo rimos, mas nem tanto. porque nós nos reconhecemos ou reconhecemos o nosso mundo na tela. Quem quiser buscar risos em profusão assista a “Deu a Louca no Mundo”(1963- “It’s a Mad, Mad, Mad, Mad World...”) de Stanley Kramer, hilário do começo ao fim, em suas três horas e 12 minutos.
E Adam McKay, com consultoria no roteiro de Leonardo DiCaprio foram premonitórios. O filme foi escrito para ser uma alegoria da era Bush e o fortíssimo negacionismo em relação às malignas mudanças climáticas que já chegaram e clamam por medidas de mitigação. Ou seja, o que no filme parece ficção científica já é a mais pura realidade.
Porque premonitórios? Porque acertaram em relação ao que aconteceria em relação à pandemia anos depois e também a atitudes negacionistas e oportunistas de "presidentes" que podemos dizer que nem mais estão no campo democrático da extrema direita e sim no campo da barbárie, como o que tem infelicitado o Brasil já há três anos.
Sinopse: "Não Olhe Para Cima conta a história de Randall Mindy (Leonardo DiCaprio) e Kate Dibiasky (Jennifer Lawrence), dois astrônomos que fazem uma descoberta surpreendente de um cometa orbitando dentro do sistema solar que está em rota de colisão direta com a Terra. Com a ajuda do doutor Oglethorpe (Rob Morgan), Kate e Randall embarcam em um tour pela mídia que os leva ao escritório da Presidente Orlean (Meryl Streep) e de seu filho, Jason (Jonah Hill). Com apenas seis meses até o cometa fazer o impacto, gerenciar o ciclo de notícias de 24 horas e ganhar a atenção do público obcecado pelas mídias sociais antes que seja tarde demais se mostra chocantemente cômico." Fonte: https://www.adorocinema.com/filmes/filme-281330/
O elenco estelar é fabuloso e cada um cumpre muito bem seu papel. DiCaprio (Dr. Randall Mindy) tem seu melhor momento quando explode de raiva no programa de televisão, onde uma das âncoras é feita por Cate Blanchett (Brie) diferente de tudo o que já a vimos, em seu enorme cinismo, querendo tratar tudo com leveza.
Dr. Randall não é personagem idealizado e o vemos por certo tempo ainda ingênuo, namorando Brie, sacrificando seu casamento e acreditando na presidente Janie Orlean ( Meryl Streep, impagável em seu oportunismo, leviandade, cinismo, mau-caratismo, vilania, maldade, a ponto até de na hora do perigo esquecer seu filho assessor Jason Orlean ( Jonah Hill , também impagável em sua parvoíce)).
Jennifer Lawrence como Kate Dibiasky, uma candidata ao doutorado em astronomia da Michigan State University, que foi quem descobriu o cometa que em seis meses destruirá a terra e passam a nomeá-lo como Cometa Dibiask, faz um ótimo contraponto a diferentes comportamentos de cientistas diante dos fatos consumados. Ela é mais politizada, é quem primeiro se irrita diante das câmeras da mídia oportunista que quer transformar tudo em espetáculo, chegando a se retirar e pagando por isto. Internautas brasileiros trouxeram à tona entrevista com Natália Pasternack em 2020 onde ela se irrita profundamente com a leviandade com que estão/estavam tratando perdas de vidas humanas, onde não haveria motivo nenhum para risos.
Kate chega a dizer para a presidente que não votou nela ( ao contrário de seus pais saberemos ), mas em nome do enfrentamento do grande perigo, pode estar do lado dela.
Tyler Perry ( com ótimo timing para humor, negro ) é Jack Bremmer, o co-apresentador do The Daily Rip, junto com Brie, com os dois disputando quem é mais displicente com a gravidade dos fatos.
Timothée Chalamet é Yule, um jovem ladrão de lojas e passa a ser um respiro romântico para Kate depois que ela não só perde namorado, como é rejeitada pelos pais e é obrigada pela CIA a assinar um papel onde se compromete a não mais revelar segredos de Estado. Yule e amigos representam uma jovem geração diante da perda da vida, ainda mais precoce do que outros. Só lhe resta o misticismo. Vai ser o único a guiar uma reza numa sequência bastante significativa.
Ariana Grande compõe Riley Bina, uma popular estrela da música internacional e namorada do DJ Chello, composto por Scott Mescudi. De alienados preocupados só com o próprio umbigo passarão a ter força quando temos grupos de "Olhe Para Acima" x "Não Olhe Para Cima!", quando sinais claros do cometa aparecem para todos.
Rob Morgan é o Dr. Teddy Oglethorpe, chefe do Escritório de Coordenação de Defesa Planetária (algo que existe mesmo nos EUA) que se une a Dr. Randell e Kate, para combater negacionismos de toda ordem.
Mark Rylance está excelente como Sir Peter Isherwell, CEO bilionário de tecnologia da BASH e outro dos principais doadores de Orlean, alguém que no fundo é perigosíssimo, mas posa de humanista, alguém new age, um autêntico “sábio” que conhece até um algoritmo que prevê como será a morte das pessoas. Mas tanto pode acertar na mosca, como errar redondamente.
Em "A Grande Aposta" (2015) e "Vice"(2018), filmes anteriores de Adam McKay, havia excessos de informações que até irritavam. Muitas informações e imagens não faltam aqui. Mas estão muito bem contextualizadas sem cansar.
Surgem imagens de animais e gente de outras etnias para nos lembrar que o cometa pode destruir tudo e todos.
Em ambos os filmes devido ao forte sarcasmo rimos, mas nem tanto. porque nós nos reconhecemos ou reconhecemos o nosso mundo na tela.
Tanto “Não Olhe Para Cima” quanto “Dr. Strangelove” nos provocam risos, mas comedidos.
E Adam McKay, com consultoria no roteiro de Leonardo DiCaprio foram premonitórios. O filme foi escrito para ser uma alegoria da era Bush e o fortíssimo negacionismo em relação às malignas mudanças climáticas que já chegaram e clamam por medidas de mitigação. Ou seja, o que no filme parece ficção científica já é a mais pura realidade.
Porque premonitórios? Porque acertaram em relação ao que aconteceria em relação à pandemia anos depois e também a atitudes negacionistas e oportunistas de "presidentes" que podemos dizer que nem mais estão no campo democrático da extrema direita e sim no campo da barbárie, como o que tem infelicitado o Brasil já há três anos.
Sinopse: "Não Olhe Para Cima conta a história de Randall Mindy (Leonardo DiCaprio) e Kate Dibiasky (Jennifer Lawrence), dois astrônomos que fazem uma descoberta surpreendente de um cometa orbitando dentro do sistema solar que está em rota de colisão direta com a Terra. Com a ajuda do doutor Oglethorpe (Rob Morgan), Kate e Randall embarcam em um tour pela mídia que os leva ao escritório da Presidente Orlean (Meryl Streep) e de seu filho, Jason (Jonah Hill). Com apenas seis meses até o cometa fazer o impacto, gerenciar o ciclo de notícias de 24 horas e ganhar a atenção do público obcecado pelas mídias sociais antes que seja tarde demais se mostra chocantemente cômico." Fonte: https://www.adorocinema.com/filmes/filme-281330/
O elenco estelar é fabuloso e cada um cumpre muito bem seu papel. DiCaprio (Dr. Randall Mindy) tem seu melhor momento quando explode de raiva no programa de televisão, onde uma das âncoras é feita por Cate Blanchett ( Brie) diferente de tudo o que já a vimos, em seu enorme cinismo), querendo tratar tudo com leveza.
Dr. Randall não é personagem idealizado e o vemos por certo tempo ainda ingênuo, namorando Brie, sacrificando seu casamento e acreditando na presidente Janie Orlean ( Meryl Streep, impagável em seu oportunismo, leviandade, cinismo, mau-caratismo, vilania, maldade, a ponto até de na hora do perigo esquecer seu filho assessor Jason Orlean ( Jonah Hill , também impagável em sua parvoíce)).
Jennifer Lawrence como Kate Dibiasky, uma candidata ao doutorado em astronomia da Michigan State University, que foi quem descobriu o cometa que em seis meses destruirá a terra e passam a nomeá-lo como Cometa Dibiask, faz um ótimo contraponto a diferentes comportamentos de cientistas diante dos fatos consumados. Ela é mais politizada, é quem primeiro se irrita diante das câmeras da mídia oportunista que quer transformar tudo em espetáculo, chegando a se retirar e pagando por isto. Internautas brasileiros trouxeram à tona entrevista com Natália Pasternack em 2020 onde ela se irrita profundamente com a leviandade com que estão tratando perdas de vidas humanas, onde não haveria motivo nenhum para risos.
Kate chega a dizer para a presidente que não votou nela ( ao contrário de seus pais saberemos ), mas em nome do enfrentamento do grande perigo, pode estar do lado dela.
Tyler Perry ( com ótimo timing para humor) é Jack Bremmer, o co-apresentador do The Daily Rip, junto com Brie, com os dois disputando quem é mais displicente com a gravidade dos fatos.
Timothée Chalamet é Yule, um jovem ladrão de lojas e passa a ser um respiro romântico para Kate depois que ela não só perde namorado, como é rejeitada pelos pais e é obrigada pela CIA a assinar um papel onde se compromete a não mais revelar segredos de estado. Yule e amigos representam uma jovem geração diante da perda da vida, ainda mais precoce do que outros. Só lhe resta o misticismo. Vai ser o único a guiar uma reza numa sequência bastante importante.
Ariana Grande compõe Riley Bina, uma popular estrela da música internacional e namorada do DJ Chello, composto por Scott Mescudi. De alienados preocupados só com o próprio umbigo passarão a ter força quando temos grupos de "Olhe Para Acima" x "Não Olhe Para Cima".
Rob Morgan é o Dr. Teddy Oglethorpe, chefe do Escritório de Coordenação de Defesa Planetária ( algo que existe mesmo nos EUA) que se une a Dr. Randell e Kate, para combater negacionismos de toda ordem.
Mark Rylance está excelente como Sir Peter Isherwell, CEO bilionário de tecnologia da BASH e outro dos principais doadores de Orlean, alguém que no fundo é perigosíssimo, mas posa de humanista, alguém new age, um autêntico sábio que conhece até um algoritmo que prevê como será a morte das pessoas. Mas tanto pode acertar na mosca, como errar redondamente.
Em "A Grande Aposta" (2015) e "Vice"(2018), filmes anteriores de Adam McKay, havia excessos de informações que até irritavam. Muitas informações e imagens não faltam aqui. Mas estão muito bem contextualizadas sem cansar.
Surgem imagens de animais e gente de outras etnias para nos lembrar que o cometa pode destruir tudo e todos.
https://www.youtube.com/watch?v=c1nToClX_3w
Não Olhe para Cima | Trailer oficial | Netflix
https://www.youtube.com/watch?v=WClJPHOsCMk
Não Olhe para Cima | Explicando o filme | Netflix Brasil- por Leonardo DiCaprio
Ps. Vale a pena esperar pelas DUAS sequências pós-créditos, que fecham muito bem o filme.
12- “Deserto Particular” (Brasil-2021) de Aly Muritiba
Como "Deserto Particular" (2021) de Aly Muritiba foi escolhido para concorrer a uma vaga como Melhor Filme Internacional do Oscar e as razões apresentadas são que é um filme brasileiro que aponta para outros temas e direções, que não a do Brasil gangrenado de "Aquarius", "Bacurau" ou do mais recente "Marighella" e ainda tendo visto a entrevista do Bial com o diretor e um dos atores, tendo gostado bastante....Enfim não poderia perder este filme.
E "Deserto Particular" não decepciona. Com excelentes desempenhos em papéis difíceis, os dois protagonistas nos entregam personagens bastante humanos em suas ambiguidades, diferenças e que tem de resolver um "xadrez existencial" afetivo e sexual.
O que temos enfim é um não escamoteamento dos problemas complexos, mas um desenvolvimento plausível a não nos deixar com a boca amarga. Muito pelo contrário.
E (spoilers ) já vi muitos filmes de temática GLBTQI+, mas "Deserto Particular" consegue ser único.
Ps Do diretor já tinha visto os bastante interessantes "Ferrugem"(2018) e "Para Minha Amada Morta" (2015), dois filmes bem inquietantes. Mas com este "Deserto Particular" ele se permitiu ser mais doce (mas sem pieguices).
Sinopse e Trailer:
SINOPSE
Daniel é um policial exemplar, mas acaba cometendo um erro que coloca sua carreira em risco. Sem enxergar um horizonte em Curitiba, ele parte em uma jornada à procura de Sara, a mulher com quem ele se relaciona virtualmente e por quem está apaixonado. Este encontro o transformará inteiramente e mudará o seu próprio destino. Fonte: http://www.pandorafilmes.com.br/filmes/deserto-particular/
- Deserto Particular (2021): sublime encontro de almas Cotação: 9,5/10
A vida pode levar qualquer pessoa do mundo a uma posição geográfica, mas são suas escolhas que transformam verdadeiramente seus caminhos, e as consequências deles é o que cria a verdadeira experiência de vida.
Denis Le Senechal Klimiuc
@rapadura
13- “Está Tudo Bem” (2021- “Tout S’Est Bien Passé”-França ) de François Ozon ( Visto na Mostra Varilux 2021)
Assim com Wes Anderson e Tim Burton, François Ozon é um cineasta que já me ganhou e cuja obra sempre acompanho. Assisti na Sala 1 do Espaço Itaú a "Está Tudo Bem" (2021) que esteve na Competição Oficial de Cannes de 2021 e que poderia, pelo menos, ter dado o prêmio de Melhor Ator para André Dussolier.
Não me lembro mais quem ganhou como Melhor Ator em Cannes 2021. Ainda que tenha feito grandes papéis com Éric Rohmer e Alain Resnais, é aqui nesta obra de Ozon, que André Dussollier encontra seu apogeu como ator, como um senhor de 85 anos, que depois de sofrer um AVC, pede para a filha mais velha, com firmeza, magnificamente interpretada por Sophie Marceau, que o ajude a morrer.
Assim como era Louis Malle, François Ozon é o cineasta dos temas tabus. Aqui vai fundo no tema da eutanásia, aqui a assistida praticada na Suíça ( pois é proibida na França), como vimos em "Uma Primavera Com Minha Mãe" (2012) de Stéphane Brizé, com grandes trabalhos de Vincent Lindon e Hélèle Vincent, dentre outros filmes como "Mar Adentro" (2004) de Alejandro Amenábar e "As Invasões Bárbaras" (2003) de Denys Arcand.
https://variluxcinefrances.com/2021/filmes/esta-tudo-bem/
Está Tudo Bem
Tout s'est bien passé
François Ozon / 2021 / 1h52 / Comédia dramática /
Com: Sophie Marceau, André Dussollier, Géraldine Pailhas
Direção: François Ozon
Distribuição no Brasil: California Filmes
Sinopse: Emmanuèle, romancista realizada na sua vida privada e profissional, se dirige ao hospital onde o seu pai, André, acaba de sofrer um AVC. Fantasque, apaixonado pela vida, porém cansado, pede à sua filha para ajudá-lo a acabar com isso. Com a ajuda de sua irmã Pascale, ela terá que escolher: aceitar a vontade de seu pai ou convencê-lo a mudar de ideia.
Seleção Oficial Festival de Cannes 2021
“Um filme comovente e surpreendente sobre o suicídio assistido.”
Le Parisien
“Apesar da eutanásia e do direito de morrer com dignidade reivindicado por muitos pacientes serem ainda um assunto tabu na França, este filme nunca cai no pathos e oscila entre cenas pungentes que nos fazem chorar e sequências cômicas e mais leves.”
CNews
FRANÇOIS OZON
Diretor
Em 1990, depois de se licenciar em cinema pela Universidade de Paris I, François Ozon estudou na escola de cinema La Fémis. Realizou diversos curta-metragens, tais como Une robe d’été (1996) e Scènes de lit (1998), que refletem já o seu estilo particular. Sua estreia em longas metragens deu-se com “Sitcom – Nossa linda família” (1998), que teve bom acolhimento da crítica e do público. Em 2002 veio o filme que o tornou conhecido para além das fronteiras francesas, “8 Mulheres”, que conta com um elenco notável como Catherine Deneuve, Fanny Ardant, Isabelle Huppert e Emmanuelle Béart.
Vê-se seu gosto pela estilização em “Swimming Pool”, suspense apresentado em Cannes em 2003. Com “Ricky” (2009), surpreende com a história de um bebê dotado de um superpoder. Em 2010 “Potiche – Esposa troféu”, é recebido calorosamente na Mostra de Veneza. Apresenta, em 2013, no Festival de Cannes, “Jovem e Bela”. Em 2017, dirige “Frantz”, indicado ao César em nove categorias, com Pierre Niney. Em 2018, “O Amante Duplo” é o maior sucesso do Festival Varilux. Em 2019 “Graças a Deus” vence o Urso de Prata no Festival de Berlim. Finalmente, em 2020, apresenta “Verão de 85”, parte da seleção oficial de Cannes e indicado a 11 Césars.
https://www.youtube.com/watch?v=wAjLQeoO_2M
Everything Went Fine / Tout s'est bien passé (2021) - Trailer (French)
14- “O Homem Ideal” (Alemanha-2021- I’m Your Man” ) de Maria Schrader
Visto no Espaço Itaú de Botafogo em 2021.
Ainda que já tenhamos visto "Her" de Spike Jonze, os dois "Blade Runners ( o primeiro de Ridley Scott, o segundo de Denis Villeneuve), "AI: Inteligência Artificial" de Steven Spielberg, para ficarmos nos filmes mais conhecidos, "O Homem Ideal" ( 2021- "I'm Your Man") de Maria Schrader ( selecionado na pré-lista para Oscar de Melhor Filme Internacional, representando a Alemanha ) ainda tem muito a contribuir sobre este tema homem vis a vis máquina (humanoide).
O grande segredo está em flertar com o gênero comédia romântica, sem ser de fato uma comédia romântica, tendo vários conflitos dramáticos. O que nos parece cômico, para os personagens é bem dramático.
Sinopse: "Alma ( Maren Eggert ) é uma cientista que trabalha no Museu Pergamon em Berlim. Com o objetivo de obter fundos de pesquisa, ela é convencida a participar de um estudo extraordinário: viver durante três semanas com um humanoide, feito sob medida para o seu caráter e as suas necessidades, cuja inteligência artificial é projetada para ser o parceiro perfeito para ela. É assim que Alma conhece Tom (Dan Stevens), uma máquina criada exclusivamente para fazê-la feliz. O homem ideal é um conto cômico-trágico sobre o amor, a saudade e o que torna um ser verdadeiramente humano." Fonte: encurtador.com.br/ioyDZ
Maren Eggert e Dan Stevens estão brilhantes como o inusitado casal que tem que se entender em três semanas de testes. Ele passa a ser irritante por ter os olhos vibrantes e artificiais de quem quer reagir a tudo com lógica extrema. Ela se mostra esgotada pois mais do que ter seus desejos atendidos, ela quer poder mostrar suas fraquezas que a tornam mais humana, ou seja, ela não quer negar os mistérios da alma. Não por acaso Alma é seu nome.
A ideia de testes com estes humanoides é saber até que ponto se pode conceder certos direitos a eles que são inerentes aos humanos.
Ao mesmo tempo que expulsa Tom no dia seguinte após finalmente transarem, acreditando que tudo que sentiu foi um teatro que criou para si mesma, Alma faz um relatório rechaçando, determinada, por sua experiência, a ideia de que se dê direitos humanos a estes seres de fábricas, ainda mais que descobriu que quem monitorava suas experiências era também um robô.
Mas uma forte lembrança do passado quando era criança, a mostra mais humana ainda e teremos um final... bem chega de spoilers...
15- “Murina” (Croácia, Brasil, EUA, Eslovênia 2021 -Ficção Cor 92 min- “Murina”.) de Antoneta Alamat Kusijanovic,
(Visto no Festival do Rio 2021 )
Assisti no Festival de Cinema do Rio de Janeiro uma grande surpresa, à altura do prestígio do Festival de Cannes: "Murina" (Croácia, Brasil, EUA, Eslovênia 2021 -Ficção Cor 92 min.) de Antoneta Alamat Kusijanovic, tendo entre seus produtores Martin Scorsese e a RT Features ( do brasileiro Rodrigo Teixeira , de "Me Chame Pelo Seu Nome, "A Vida Invisível", "O Farol", dentre outros).
É o primeiro longa-metragem da diretora croata Antoneta Alamat Kusijanovic, residente em Nova York, tendo cursado Artes Dramáticas em Zagreb e feito especialização em roteiro na Universidade de Columbia, Nova York. "Murina" estreou na Quinzena dos Realizadores em Cannes 2021 e recebeu a Caméra D'Or para Melhor Primeiro Filme do Festival.
Sinopse: "As tensões se acirram entre Julija, uma adolescente rebelde, e Ante, seu pai opressor, quando um velho amigo da família chega à casa de veraneio deles na Croácia. Enquanto Ante tenta fechar um negócio promissor, a rotina tranquila, porém isolada, desperta em Julija a vontade de conhecer mais sobre esse influente hóspede, o que oferece um vislumbre de liberdade durante um fim de semana propenso ao desejo e à violência." - Fonte: https://45.mostra.org/filmes/murina
https://www.youtube.com/watch?v=8NAG8QlNdzg - Murina – Teaser
As tensões psicológicas e físicas são levadas a extremos e cada personagem tem suas fortalezas e fraquezas. Temos sempre a impressão de que situações calmas vão ficar turbulentas e vice versa.
(Spoilers). O desfecho representa a grande libertação de Julija, mas pode ser também pela morte, pois não vai conseguir nadar, nadar, nadar... por tanto tempo assim.
16- “Falling-Ainda Há Tempo” (2020- “Falling”) de Viggo Mortensen
Assisti no Espaço Itaú de Cinema de Botafogo.
Viggo Mortenson tem vários excelentes trabalhos como ator, a saber: "Marcas da Violência", "Senhores do Crime" e "Um Método Perigoso" (todos de David Cronenberg ); "Capitão Fantástico"; "The Green Book-O Guia", dentre outros.
Agora em 2020 estreou na direção com o pé direito com "Falling-Ainda Há Tempo"(2020).
Um homossexual, John Peterson (Viggo Mortensen, em mais um excelente papel), que mora com seu companheiro Eric Peterson ( Terry Chen) e uma garota, sua filha adotiva, depois que o pai Willis Peterson (Lance Herriksen, excepcional ), que vivia sozinho num sítio, passa a apresentar demência senil precoce, o traz da Califórnia para morar com sua família em Los Angeles, até que consiga uma casa para o pai morar perto.
Vários flasbacks, não necessariamente ordenados no tempo, nos mostra como o pai foi um machista tóxico e homofóbico, sendo abandonado tanto pela primeira mulher como pela segunda.
Agora com demência senil precoce, o machismo tóxico e a homofobia são elevados à décima potência, não tendo freios, para palavras ásperas, palavrões, ofensas e gritos. John vai suportar o máximo possível, mas para tudo tem limites. Há um suspense no ar sobre quando e como John vai reagir.
Com bela fotografia, roteiro e música de Viggo Mortensen bastante funcionais, "Falling-Ainda Há Tempo" avança com emoções muito fortes, até um desfecho que dificilmente poderia ser diferente. O filme cairia na pieguice, se fosse outro.
https://www.youtube.com/watch?v=swUvtiJskuM
Falling - Ainda Há Tempo - Trailer legendado [HD]
17- “Mariguella” ( Brasil-2019) de Wagner Moura
Nesta segunda-feira 29/11/2021, havendo segurança, na Sala 6 do Espaço Itaú Botafogo na sessão de 21:10, assisti finalmente, a "Marighella" (2019) de Wagner Moura.
Um filme que não se pode perder, para o bem ou para o mal, pois gostando ou não, "Marighella" tem seu lugar na História do Brasil e não pode ser cancelado.
O filme tem muito mais qualidades que defeitos.
Vamos às qualidades:
Seu Jorge está soberbo como Marighella, como se incorporasse o lema de Fidel: "Há de endurecer sempre, mas sem perder a ternura".
O conjunto de atores ( com o trabalho da diretora de elenco Fátima Toledo) e um trabalho de direção bastante maduro de Wagner Moura, está excelente, sem exceções, de Humberto Carrão a Luiz Carlos Vasconcelos, Adriana Esteves, dentre outros.
O filme tem certas visões dialéticas. Teses e antíteses são lançadas em busca de sínteses.
Cada personagem, incluindo o filho de Marighella, tem o seu momento. Tem uma ponta excelente da grande atriz Carla Ribas (de "A Casa de Alice" etc... ). Seu personagem, cuida de um ferido, mas chega a dar um tapa em Marighella, por ele colocar em risco a vida da filha.
Tecnicamente o filme, com suas várias reuniões, conversas exasperadas, tiroteios, correrias e externas que remetem aos anos 60/70, é impecável como os dois "Tropa de Elite" de José Padilha e filmes de Costa Gravas, dentre outras influências. Pode-se citar os Irmãos Dardenne com a câmera às vezes colada nos corpos, como mais uma influência.
A tão comentada sequência onde vários militantes ( a maioria morreu, de uma forma ou outra, até de tortura), cantam fervorosa e quase desesperadamente, o Hino Nacional Brasileiro, faz bastante sentido, para mostrar a necessidade de lutarmos sempre contra ditaduras, como este nazifascismo atual miliciano de hoje, até agora triunfante no Brasil, com responsabilidades diretas e indiretas por mais de 600000 mortos nesta pandemia, dentre outras tragédias educacionais, ambientais, científicas, diplomáticas, políticas, econômicas etc...
Sem dar o nome Sérgio Paranhos Fleury, o grande perseguidor de Marighella é o policial e torturador Lúcio, vivido de forma excelente por Bruno Glagliasso, alguém que tenta dar um "ar patriótico" à sua "missão". E foi bom não nomear com pessoa real, pois Lúcio se torna um símbolo de tantos policiais e/ou torturadores capachos da Ditadura Militar, que no fundo de patriotas não tinham nada e cuja missão, se existia, não era nada nobre.
Defeito mais evidente: falta mais clareza se Marighella lutava para restaurar a democracia depois do golpe de 64 ou para instaurar uma ditadura do proletariado marxista-leninista. Que visão teriam os outros personagens disto? Poderia haver diferentes visões tratadas de forma dialética.
Outro: há tiroteios tão cerrados que fica difícil saber que lado está mais forte com as armas. Existe um clima criado e depois ficamos sabendo quem sobreviveu, quem foi ferido.
Mas este é um problema que vários de muita ação não conseguem contornar.
Sinopse: "Ano 1969. Marighella não tinha tempo para ter medo. Por um lado, uma violenta ditadura militar. Por outro, uma esquerda intimidada. Ao lado, revolucionários 30 anos mais jovens que ele e dispostos a lutar, o líder revolucionário optou pela ação. Em Marighella, o inimigo número um do Brasil tenta articular uma resistência o tempo todo, expulsando os crimes hediondos de tortura e a infame censura instituída pelo regime opressivo. Em um confronto radical, ele luta por um povo cujo apoio é incerto - o tempo todo tentando manter a promessa de se reunir com seu filho - de quem ele se distanciou para proteger a democracia." - https://pt.wikipedia.org/wiki/Marighella_(2021)
https://www.youtube.com/watch?v=fd8oX1u8gRA
- Marighella | Trailer Oficial
2- Filmes que Ficaram Pelo Meio do Caminho
1- “Annette” (2021) de Leos Carax
Visto no Espaço Itaú de Botafogo.
Inventividade é o que não falta neste suis generis musical. Não se esperava outra coisa de Leos Carax, pelos seus filmes anteriores, principalmente “Holy Motors”(2012). Mas aqui acompanhamos a decadência de um comediante de stand-up (Adam Driver) que tem um namoro com uma cantora lírica em ascensão (Marilon Cottilard), tudo coberto pelos fortes holofotes da mídia que quer fazer de tudo um espetáculo.
O problema de “Annette” é que se estende demais nas sequências de decadência, a ponto de ser até constrangedor.
Numa grande virada de roteiro, ela morrerá e vai assombrar os vivos com fantasmas clichê de filme de terror.
Mas o epílogo redime o filme de qualquer defeito: é comovente e brilhante.
2- “Casa Gucci” (2021) de Ridley Scott
Visto no Espaço Itaú de Botafogo
O que o filme tem de inequivocamente extraordinário é o trabalho de Lady Gaga que vai se infiltrando na Casa Gucci para ter dinheiro e os signos de poder que esta marca traz. O resto do elenco está muito bem. Mas este é o tipo de filme que uma meia hora a mais faria bem, pois situações precipitadas do roteiro poderiam ser melhor desenvolvidas tanto em termos de arco dramático de personagens como de situações, principalmente no terço final. Quem sabe um dia teremos o corte do diretor, onde estas carências dramatúrgicas podem ser supridas e saibamos mais do porquê da personagem de Gaga mandar matar o marido, como viveu com isto, até ser presa e julgada?
3- “A Filha Perdida” (2021) direção da estreante Maggie Gyllenhaal.
Visto na Netflix.
O problema do filme é quase que óbvio. Existe bastante clima criado, principalmente com uma atriz do talento de Olivia Colman. Mas sobre o quê? As dores e delícias da maternidade. Mas alguém duvida que a maternidade envolve dores e delícias? Alguém duvida que as mulheres não nasceram predestinadas à maternidade, que esta é ou deveria ser uma escolha?
Aguardo “Madres Paralelas” (2021) de Pedro Almodóvar. Imagino que as duas mães apresentarão nuances maiores do que o que se vê em “A Filha Perdida”.
4- "Má Sorte no Sexo ou Pornô Acidental" ( Babardeală Cu Bucluc Sau Porno Balamuc -Romênia, Luxemburgo, República Tcheca, Croácia 2021 Ficção Cor 106 min.), direção e roteiro de Raul Jude, que venceu Urso de Ouro no Festival de Berlim 2021.
Visto no Festival do Rio 2021.
Uma professora tem um vídeo íntimo com o marido que vaza na rede e é então julgada por país de alunos se deve continuar na escola ou não.
O grande problema do filme é que o quanto ele ganha em franqueza, perde em sutilezas, roçando a grossura, com um julgamento que se estende mais.
Temos três finais alternativos para o filme, mas é algo que nos passa mais a indecisão do diretor, do que necessidades de estilo. O terceiro final é o melhor disparado. Que ficasse só com ele.
5- “Matrix Resurrections”(2021) de Lana Wachovski
Visto na tela 6 do Espaço Itaú de Botafogo.
Entendo bem as razões de Lana para fazer este filme. Os estúdios, se ela não fizesse contrataria outro roteirista e diretor. E Lana estava passando por um doloroso processo de luto. Assim ressuscitar Neo e Trinity, seus mais icônicos personagens, seria grande sublimação.
Aonde Lana erra a mão é nos exagerados efeitos especiais da segunda parte, em detrimento das reflexões filosóficas, equilíbrio atingido com louvor no clássico “Matrix” (1999).
3- O Pior Filme de 2021
Dado que "Titane" (2021) de Julia Ducournau, Palma de Ouro em Cannes 2021 ( a ser lançado pela plataforma MUBI) foi exibido em sessões especiais na Mostra Varilux recente, aproveitei para conferir numa sessão de sexta-feira no Estação Net Botafogo 1. Como houve problema na projeção de legendas eletrônicas em português lá pela metade do filme, depois de 40 minutos sem solução do problema, resolvi aceitar duas cortesias oferecidas e assisti o resto em casa no computador através de um link que me enviaram:
https://flixtor.it/watch/movie/35294860/titane
Titane(2021)- Legendas em Inglês.
Mas vamos ao filme. Em resumo: está muito longe de merecer uma Palma de Ouro em Cannes! "Aonde o júri estava com a cabeça?". Desta vez tínhamos um cineasta negro célebre e talentoso como presidente do júri (Spike Lee) e muitas juradas mulheres.
Se viram algum feminismo no filme é um feminismo torto, pois a protagonista Alexia (Agathe Rousselle, empenhadíssima num papel ingrato e difícil) faz o que quer com seu próprio corpo, mas quer fazer o que quer com o corpo dos outros também, principalmente matando-os com grande perversidade. Sim. Alexia é uma serial killer, das mais perturbadas e assustadoras do Cinema.
Mas o maior problema de "Titane" é que não é um filme orgânico, sendo cheio de quebras e fraturas na narrativa, truques de roteiro, com elipses importantes muitos fortes, como a que faz o filme passar de uma primeira parte à segunda, onde entra Vincent Lindon como o capitão bombeiro Vincent.
A entrega de Vincent Lindon a seu personagem é incrível. É alguém também insatisfeito com seu corpo e que usa injeções de anabolizantes para ficar cada vez mais sarado. Numa das sequências gratuitas do filme, ele pega uma injeção já utilizada no lixo e injeta ar em si mesmo ( morrendo ou só desmaiando?).
Enfim, "Titane" é um caldeirão de bruxa, onde há filmes memoráveis e orgânicos, o que "Titane não é, ("Crash-Estranhos Prazeres" de David Cronenberg; "Alien, O Oitavo Passageiro" de Ridley Scott; "Tomboy" de Céline Sciamma; "O Exterminador do Futuro" de James Cameron e "Clímax" de Gaspar Noé).
Leio que os filmes da diretora se encaixam no que se considera "terror corporal", como se tivessem inventado a roda e a filmografia de décadas de David Cronenberg não existisse.
Eu que costumo rever filmes importantes para ter novas impressões, por ora não estou nada disposto a ver o filme novamente.
Mas vá, veja e confira. No mínimo você vai se dar conta a quantas anda o Festival de Cannes no afã de promover, principalmente diretoras. E é forçoso reconhecer que "Titane" tanto no exterior com no Brasil, recebeu críticas bem positivas. Algumas estão no texto da Varilux e em comentários abaixo. .
Leio que os filmes da diretora se encaixam no que se considera "terror corporal", como se tivessem inventado a roda e a filmografia de décadas de David Cronenberg não existisse.
Eu que costumo rever filmes importantes para ter novas impressões, por ora não estou nada disposto a ver o filme novamente.
Mas vá, veja e confira. No mínimo você vai se dar conta a quantas anda o Festival de Cannes no afã de promover, principalmente diretoras. E é forçoso reconhecer que "Titane" tanto no exterior com no Brasil, recebeu críticas bem positivas. Algumas estão no texto da Varilux e nos meus comentários.
https://variluxcinefrances.com/2021/filmes/titane/
TITANE
Titane
Julia Ducournau / 2021 / 1h48 / Thriller, Drama 18 anos
INFORMAÇÕES
Com: Vincent Lindon, Agathe Rousselle, Garance Marillier
Direção: Julia Ducournau
Distribuição no Brasil: SOMENTE EM POUCAS SESSÕES ESPECIAIS
Sinopse: Depois de uma série de crimes inexplicáveis, um pai encontra seu filho, que está desaparecido há 10 anos. Titânio: Metal altamente resistente ao calor e à corrosão, dando origem a ligas muito duras.
Vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes 2021
“O segundo longa-metragem de Julia Ducournau é um soco e um uivo de amor. A confirmação de um imenso talento a serviço de uma humanidade ferida e em busca de resiliência.”
Bande à part
“Uma obra aparentemente elusiva, mas que organiza no seu caos feito de carne e de aço temas fascinantes que cimentam a reflexão da cineasta sobre um horror ao mesmo tempo frontal e muito internalizado, centrado no corpo e nos laços familiares.”
Mad Movies
JULIA DUCOURNAU
Diretora
Nascida em Paris, Julia Ducournau tem formação literária. Formada em letras modernas e inglês, ela começou no cinema em 2004, estudando roteiro na capital francesa. Em suas primeiras obras, já tratou de temas de mutação física. Seu curta Junior (2011), selecionado na Semana da Crítica do Festival de Cannes, mostra a metamorfose de um adolescente.
Seis anos depois, seu primeiro longa-metragem, Grave (2017), segue a mesma linha, com a história de uma estudante de veterinária cujo despertar para a sexualidade dá origem a impulsos canibais. Este filme chocante percorreu festivais, da Semana da Crítica em Cannes a Gérardmer, no qual ganhou o Prêmio da Crítica e o Grand Prix, a Toronto (TIFF), onde fez com que os espectadores desmaiassem. Indicado a 6 categorias do César, Grave lançou a carreira da diretora, que apareceu como uma revelação deslumbrante no cinema de gênero na França.
TRAILER (Vide Youtube )
TITANE | Festival Varilux de Cinema Francês 2021
https://www.planocritico.com/critica-titane-2021/
CRÍTICA | TITANE (2021)
Uma existência baseada em instintos primitivos.
por LUIZ SANTIAGO 4 de novembro de 2021 Cotação: MUITO BOM
Crítica | Titane (2021) - Plano Crítico
https://carmattos.com/2021/12/10/festival-do-rio-titane/
Blog de Carmattos
Carlos Alberto de Mattos
Festival do Rio: “Titane”
CARMATTOS.COM
https://cinemacao.com/.../critica-titane-45a-mostra-de.../
CRÍTICA: TITANE – 45ª MOSTRA DE SÃO PAULO
11 DE NOVEMBRO DE 2021
Publicado por: Cauê Petito
Crítica: Titane - 45ª Mostra de São Paulo - Cinem(ação)
CINEMACAO.COM
Crítica: Titane - 45ª Mostra de São Paulo - Cinem(ação)
3- As Melhores Reprises Vistas na Tela Grande
1- “Matrix” (1999) de Lana e Lylly Wachovski ( Espaço Itaú de Botafogo )
2- “Amor à Flor da Pele” (2000) de Kar Won-way, ( Festival do Rio 2021)
3- “Amores Expressos” (1994) de Kar Won- way. ( Festival do Rio 2021)
4- “As Coisas da Vida” (1970) de Claude Sautet (Mostra Varilux 2021)